O morador de Barretos Victor Nascimento Peixoto, que atua como influenciador digital sobre a história islâmica, estaria entre os 13 brasileiros detidos pelo governo israelense a cerca de 100 km da Faixa de Gaza em uma das embarcações que transportava ajuda humanitária, de acordo com o grupo pró-Palestina Global Summud Flotilla. Os brasileiros estariam entre mais de 400 ativistas que foi em direção à região para levar alimentos e medicamentos aos palestinos. O grupo estaria há 48 horas sob custódia do governo de Israel.
Em um vídeo gravado antes do embarque, e publicado na quinta-feira (2/10), Victor afirmou: “Se você está vendo esse vídeo, significa que eu fui sequestrado em um ato ilegal de pirataria pelo Exército Israelense”.
“Nós viemos do Brasil com um objetivo: entregar comida para as crianças desesperadas e famintas na Faixa de Gaza no meio do primeiro genocídio televisionado da história”, acrescentou Victor, dono da página História Islâmica, com mais de 70 mil inscritos no Instagram.
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Na noite dessa sexta-feira (3/10), o Global Sumud Flotilla divulgou um comunicado dizendo que advogados se reuniram com 331 ativistas detidos no porto de Ashdod, para onde o grupo foi transferido.
“Isso aconteceu depois do reboque forçado da flotilha, após as interceptações ilegais em águas internacionais, onde dezenas de embarcações foram detidas em sua missão de romper o cerco ilegal imposto a Gaza.”
De acordo com o GSL, os ativistas estão sendo “tratados de maneira desumana” e foram privados de água e comida. “Alguns iniciaram greve de fome em repúdio a toda essa situação”. Eles também teriam sido obrigados a ficar mais de 5 horas de joelhos, com as mãos presas.
A flotilha conta com ativistas, parlamentares e civis de 44 países e mais de 50 embarcações, incluindo brasileiros. Entre eles, a deputada federal Luiziane Lins (PT).
Diplomatas brasileiros estiveram no local nessa terça. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, eles apresentam bom estado de saúde e alguns já sinalizaram o interesse de aceitar termos israelenses para facilitar o processo de deportação.
O governo de Benjamin Netanyahu teria proposto facilitar a deportação dos detidos, em troca da assinatura de documentos — cujo teor não foi revelado. Do grupo de brasileiros presos, cinco deles demonstraram interesse em aceitar a proposta.
Uma das embarcações interceptadas é o barco ALMA, em que estava o brasileiro Thiago Ávila e a ativista sueca Greta Thunberg.