Uma planilha que circula entre lideranças da Câmara mostra o que seria um dos principais motivos da atual insatisfação dos deputados federais com o governo Lula e que teria motivado a recente derrota do Palácio do Planalto na MP do IOF.
O documento mostra que, até o momento, foram pagas apenas metade das emendas parlamentares na modalidade “transferências especiais”, as chamadas “emendas Pix”, que são transferidas diretamente para o cofre das prefeituras.
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Os dados foram colhidos no chamado Sistema Integrado de Administração Financeira (Siaf), usado para acompanhar e controlar os pagamentos. Segundo o documento, de R$ 7,2 bilhões das emendas, foram pagos R$ 3,8 bilhões.
O montante pago corresponde a 52,42% do previsto para os pagamentos no orçamento da União em 2025. O partido que porcentualments mais recebeu foi o PCdoB, com 69,84% das emendas pagas, seguido da Rede Sustentabilidade (69,3%).
Os partidos do Centrão, principais responsáveis pela derrota do governo na MP do IOF, têm um porcentual menor de emendas pagas. O PSD, por exemplo, recebeu 46,06% do previsto. O PP teve 52,45%, enquanto o União Brasil aparece com 54,24%.
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A faixa é a mesma do PL, partido de Jair Bolsonaro e reduto da oposição na Câmara. A legenda teve 52,76% das emendas Pix pagas até agora. O partido com menor percentual de emendas pagas, até o momento, é o Novo, com 43,15%.
Diante do problema, a tendência, dizem lideranças, é que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), entre em campo para tentar destravar as emendas, permitindo, assim, o uso do dinheiro no ano eleitoral.