O grupo J&F comprou, por R$ 533 milhões, todas as ações que a Eletrobras detinha na Eletronuclear. O negócio, que ainda passará pelo crivo dos órgãos reguladores, foi anunciado nesta terça-feira (15/10).
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Caso aprovada a transação, a Âmbar Energia, do grupo J&F, passará a deter 68% do capital total e 35,3% do capital votante da empresa responsável pelas usinas Angra 1 e 2.
Ao ocupar o lugar da Eletrobras na composição societária da Eletronuclear, a Âmbar terá que assumir as garantias prestadas pela primeira em favor da segunda, além da integralização das debêntures (títulos de dívida) acordadas com a União, no valor de R$ 2,4 bilhões.
O governo federal detém 64,7% do capital votante e 32% do capital total e controla a Elenuclear por meio da estatal Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar). O grupo J&F passará a ser sócio da União no empreendimento já que a Constituição brasileira obriga o controle estatal de empresas nucleares.
A Eletronuclear opera as usinas Angra 1, com potência instalada de 640 megawatts (MW), Angra 2, com 1.350 MW, e o projeto em desenvolvimento de Angra 3, de 1.405 MW. Somadas, as três unidades podem gerar até 3.400 MW, o suficiente para abastecer mais de 10 milhões de pessoas.
A construção de Angra 3 está parada há quatro décadas e há dúvidas se um dia ela será concluída. O negócio era discutido desde 2029 e foi intermediado pelo banco BTG Pactual.