A Justiça de São Paulo determinou, na última sexta-feira (10/10), que o ex-policial militar (PM) Henrique Otavio Oliveira Velozo, réu por matar o lutador de jiu-jitsu Leandro Lo, seja reincorporado e volte a receber salário até o fim do julgamento pelo crime.
O desembargador responsável pela decisão, Ricardo Dip, aceitou a argumentação da defesa do ex-PM e afirmou que suspender o salário e demitir Velozo antes do julgamento “parece vulnerar os princípios constitucionais da presunção de não culpabilidade”.
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Leandro Lo foi baleado na cabeça durante festa em São Paulo
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O ex-PM havia sido demitido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em uma decisão publicada no Diário Oficial no dia 22 de setembro. Tarcísio já recebeu a decisão da Justiça e, caso seja reincorporado à PM, Velozo voltará a receber o salário de 1° Tenente da PM, de R$ 12.697,38.
A medida formalizou a decisão do Tribunal de Justiça Militar (TJM), que exonerou Henrique Otávio em junho deste ano.
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No mesmo dia 10 de outubro, a defesa do ex-PM conseguiu mais uma decisão favorável que impediu que Velozo fosse transferido do Presídio Militar Romão Gomes para uma prisão comum. A argumentação utilizada pelos advogados foi a mesma usada para determinar a reincorporação do cliente à PM: a violação à presunção de inocência.
Morte de Leandro Lo
- Leandro Lo era campeão mundial de jiu-jítsu. O atleta foi baleado aos 33 anos após uma discussão com o tenente da PM Henrique Otávio Oliveira Velozo.
- O caso ocorreu durante um show em um clube de São Paulo em agosto de 2022.
- Após o desentendimento, o agora ex-policial foi até a mesa do campeão mundial com uma garrafa. Foi derrubado e imobilizado por Lo.
- O ex-tenente, depois de ser solto pelo lutador, se levantou, sacou uma arma e atirou na cabeça do atleta.
- O ex-PM foi preso em flagrante. Ele também treinava jiu-jítsu, mas de forma amadora.
- Henrique Otávio foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público por homicídio com três qualificadoras: motivo torpe, meio cruel e que impossibilitou a vítima.
- A defesa de Velozo alega que ele agiu em legítima defesa.