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    Líder do governo demite assessor acusado de agredir mulher

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    Líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT) demitiu o assessor Fabiano Rocha Guimarães após a coluna revelar que ele é acusado de lesão corporal e ameaça contra a ex-companheira. A Justiça do Distrito Federal recebeu a denúncia apresentada pelo Ministério Público e tornou Fabiano réu nessa quarta-feira (15/10).

    “Tomei conhecimento das denúncias envolvendo um assessor da liderança do governo na Câmara dos Deputados. Considerando a necessidade de apuração dos fatos pelas instâncias competentes, determinei a demissão do referido profissional”, declarou o parlamentar em nota enviada à coluna.

    2 imagensEx-assessor da liderança do governo, Fabiano Rocha GuimarãesFechar modal.1 de 2

    A Justiça do Distrito Federal tornou Fabiano Rocha Guimarães réu por agressão física e ameaças à ex-companheira

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    Ex-assessor da liderança do governo, Fabiano Rocha Guimarães

    A mensagem foi encaminhada pela assessoria de José Guimarães às 9h33 desta sexta-feira (17/10), horas após a publicação da reportagem.

    Fabiano Rocha ocupava o cargo de assessor de nível CNE-9, com salário aproximado de R$ 13 mil mensais. Ele atuava na estrutura da Liderança do Governo na Câmara dos Deputados, mas não era vinculado ao PT.

    Réu na Justiça

    A decisão que tornou Fabiano Rocha Guimarães réu foi assinada pelo juiz Carlos Bismarck Piske de Azevedo Barbosa, do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Brasília, na quarta-feira (15/10).

    O magistrado considerou que a denúncia preenchia os requisitos legais e a recebeu integralmente, determinando a citação do acusado para apresentar resposta por escrito em dez dias, sob pena de ser representado pela Defensoria Pública. O juiz também ordenou que o réu mantenha seu endereço atualizado, sob pena de revelia, e autorizou a citação por edital caso ele não seja localizado.

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    Segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), os fatos teriam ocorrido em 9 de agosto de 2025, na residência do assessor, no Setor Habitacional Mangueiral, em Brasília. O órgão relata que Fabiano, “de forma voluntária e consciente, prevalecendo-se das relações domésticas”, teria agredido fisicamente a ex-companheira durante uma discussão, enquanto ela arrumava as malas para deixar o local.

    O MP afirma ainda que o acusado teria ameaçado divulgar vídeos íntimos da vítima para prejudicar sua reputação profissional. Um laudo de exame de corpo de delito juntado ao processo aponta manchas roxas (equimoses) e vermelhidões em diferentes partes do corpo da mulher.

    O Ministério Público também requereu a fixação de indenização mínima por danos morais, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que admite reparação automática em casos de violência doméstica quando há pedido expresso do órgão acusador.

    Versão da defesa

    Após contato da coluna, o advogado José Alexandre Pirôpo Marques encaminhou nota assinada por Camila Wilerson Barbosa da Silva, responsável pela defesa de Fabiano Rocha Guimarães:

    Prezado jornalista,

    Em respeito ao seu contato e ao direito à informação, a defesa de Fabiano Rocha Guimarães vem a público esclarecer os seguintes pontos:

    A denúncia mencionada pelo Ministério Público tem origem em um conturbado término de relacionamento, cujo contexto é significativamente mais amplo e complexo do que o que pode ter sido inicialmente apresentado.

    É fundamental informar que o Sr. Fabiano também figura como vítima em procedimentos investigatórios. Ele próprio registrou ocorrências policiais contra a Sra. Adriana Alves dos Reis por crimes como perseguição (stalking) e denunciação caluniosa, cujas provas já foram devidamente apresentadas às autoridades.

    Ressalta-se que, no âmbito da mesma investigação que resultou na denúncia, acusações iniciais de maior gravidade foram arquivadas a pedido do próprio Ministério Público, por falta de provas, o que demonstra a fragilidade da narrativa acusatória.

    O Sr. Fabiano Rocha Guimarães reitera seu total respeito ao Poder Judiciário e à imprensa, e confia que a correta apuração dos fatos, em todos os procedimentos em curso, irá restabelecer a verdade.

    Por fim, por se tratar de processos que tramitam em segredo de justiça e em respeito à privacidade de todos os envolvidos, a defesa se manifestará exclusivamente nos autos.