O círculo virtuoso que vivem Lula e o seu governo desde o início da operação “Salve papai”, encabeçada pelo deputado federal Eduardo Tarifaço, adentrou esta semana alargando-se em várias direções e deverá terminá-la de maneira ainda mais impressionante.
Quem, em maio último, imaginou que Lula e Donald Trump poderiam trocar afagos na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, e conversar depois por telefone amigavelmente? Àquela altura, Trump ainda acreditava ser possível salvar Bolsonaro da guilhotina.
Em carta a Lula, o presidente americano ordenara que o Supremo Tribunal Federal suspendesse “IMEDIATAMENTE” o julgamento de Bolsonaro e dos demais golpistas. Depois, aumentou o tarifaço e aplicou sanções a ministros do Supremo, servidores do governo e seus familiares.
Na Malásia, para onde, hoje, Lula voará, e nos próximos dias Trump também, os dois deverão se reunir para recompor a relação fraturada entre os dois países. É tudo o que a direita brasileira, partida e sem rumo, não gostaria de ver. É tudo o que ela mais teme coberta de razão.
Teme tanto ou mais que a indefinição de Bolsonaro quanto ao nome que ele apoiará para enfrentar Lula daqui a 348 dias. Por ora, Bolsonaro nada tem a perder com o seu silêncio. O líder inconteste da direita é ele. O dono da maioria dos votos da direita é ele. Alguém duvida?
Sem a sua benção, um candidato da direita poderá ser derrotado por Lula no primeiro turno, sem direito a uma nova chance no segundo. É o que sugerem as mais recentes pesquisas de opinião pública. A não ser que Lula escorregue sucessivas vezes em cascas de banana até lá.
Ontem, Lula lançou mais um programa com forte apelo popular -Reforma Casa Brasil, uma linha de crédito no valor de 40 bilhões de reais com juros reduzidos para reformas, ampliações e melhorias de residências. É a sequência do Casa para Todos.
Ontem, a Petrobras obteve do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) licença para a perfuração do primeiro poço de petróleo em águas profundas na bacia da Foz do Amazonas, a 175 km da costa do Amapá.
Para o governo e a indústria do petróleo, a abertura de nova fronteira exploratória na região Norte “é a principal aposta para manter o ritmo de produção nacional após o declínio das reservas do pré-sal, que deve começar a ocorrer na próxima década.”
Ontem, Lula nomeou o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) ministro da Secretaria Geral do Governo. Sua missão: “ajudar a colocar o governo na rua, aproximá-lo dos que ainda estão distantes”, explicou o líder do Movimento dos Sem Teto.
Hoje, antes de embarcar para Malásia ao encontro de Trump, Lula indicará Jorge Messias, Advogado-Geral da União, para ministro do Supremo na vaga aberta com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso. Messias é a cunha de Lula no mundo dos evangélicos.