No seu plano de transformar o STF em sistema defensivo das causas próprias, Lula quer que Jorge Messias, o Bessias, seja o substituto de Luís Roberto Barroso no STF.
Em órbita lunar, o presidente da República já conta com Cristiano Zanin, Flávio Dino e o filho pródigo Dias Toffoli. Jorge Messias, assim, seria o seu quarto satélite.
Dos outros sete ministros, Edson Fachin e Cármen Lúcia não são pessoalmente próximos de Lula, mas lhe são ideologicamente afins.
O problema é que ambos não são confiáveis para garantir sempre uma maioria permanente ao presidente da República. Edson Fachin desgarra vez por outra do petismo em causas criminais; Cármen Lúcia é muito influenciável por Gilmar Mendes.
Com sorte, e isso certamente não falta a Lula, a ministra poderá antecipar a sua aposentadoria, o que permitirá ao chefão petista ampliar o número de satélites lunares.
Nesse caso, forçosamente, ele precisaria encontrar uma mulher para a vaga, mas isso isso está longe ser problema insolúvel, visto que não faltam mulheres lulistas no país. Lula teria, então, quase a maioria do STF.
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No campo ideológico oposto ao do presidente da República, figuram Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux, que saiu do armário no julgamento de Jair Bolsonaro.
Restam Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. Até o momento, Lula lhes é conveniente, e eles são convenientes a Lula, porque os interesses convergem. Mas não há garantia que a aliança durará para sempre.
É com Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes que o presidente da República trava a luta pela indicação do próximo integrante do STF.
Os dois ministros não querem que Lula fique próximo de obter uma maioria permanente no STF, o que diminuiria drasticamente o poder de ambos no tribunal, e veem em Rodrigo Pacheco a melhor opção para deter a ambição do chefão petista.
Chapa de Alexandre de Moraes, principalmente, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, promete mundos e alguns fundos para colocar Rodrigo Pacheco no STF.
A que preços Davi Alcolumbre se renderia a Lula? Escreva-se no plural, porque haveria também um preço a pagar, de sacrifício pessoal, bem entendido, e ele não poderá ser maior do que as vantagens a receber — políticas, bem entendido.
Em resumo, com quem Davi Alcolumbre tem mais a ganhar e menos a perder: com o presidente da República ou com Gilmar e Moraes? Ele só terá a resposta na volta de Lula da viagem à Indonésia.
