Kuala Lumpur — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta segunda-feira (27/10), que Brasil e os EUA devem fazer “bom acordo” nas negociações referentes ao tarifaço norte-americano e às sanções impostas a autoridades brasileiras.
O petista comentou sobre o encontro que teve com Donald Trump nesse domingo (26/10), na Malásia, onde está para a 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).
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“Eu entreguei para ele (Trump) um documento das coisas que eu queria conversar com ele. Portanto, não foram apenas palavras. Ele tem um documento sabendo o que o Brasil quer e eu acho que nós vamos fazer um bom acordo”, disse Lula em conversa com jornalistas na saída do hotel onde está hospedado na capital da Malásia, Kuala Lumpur.
Segundo o petista, se a equipe brasileira designada para negociar com o governo norte-americano — composta pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin — enfrentar dificuldades no processo, ele vai conversar pessoalmente com Trump.



Lula e Trump na Malásia
@ricardostuckert
Encontro entre Lula e Trump na Malásia
Ricardo Stuckert / PR
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático
Ricardo Stuckert/PR
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em reunião bilateral na Cúpula da Asean.
Augusto Tenório/Metrópoles
Augusto Tenório/Metrópoles
“O que nós estabelecemos é uma regra de negociação, e toda vez que tiver uma dificuldade eu vou conversar pessoalmente com ele. Ele tem o meu telefone, eu tenho o telefone dele, nós vamos colocar as equipes para negociar. A minha equipe é de alto nível”, declarou o titular do Planalto.
Lula reiterou que a equipe brasileira quer negociar, além da taxação de 50% aos produtos brasileiros exportados, as sanções aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras autoridades, como o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A esposa e a filha do chefe da pasta da Saúde tiveram os vistos dos EUA revogados em agosto.
“Nós queremos negociar o fim das punições aos nossos ministros da Suprema Corte, nós queremos negociar o fim da punição contra o ministro Padilha e sua filha, nós queremos negociar a taxação. Porque a taxação, segundo a carta dele, foi equivocada, sabe, em uma mentira que ele tinha déficit no Brasil. Ele tem superávit e ele sabe disso, porque eu entreguei para ele uma carta”, afirmou.
Próximos passos
Após a reunião entre Lula e Trump, que durou cerca de uma hora, as equipes dos dois países se preparam para avançar nas negociações já nesta segunda-feira (27/10). O governo brasileiro busca a suspensão do tarifaço comercial.
Mais cedo, Lula declarou que está otimista para uma solução rápida: “Eu estou convencido de que em poucos dias nós teremos uma solução definitiva sabe entre os Estados Unidos e Brasil. É assim que eu volto para o Brasil: satisfeito e certo que tudo vai dar certo para o povo brasileiro”.
A primeira rodada de negociações acontece ainda na Malásia. A conversa deve ser liderada por Mauro Vieira, pelo representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), Jamieson Greer.
Em entrevista coletiva nesta segunda,o chanceler brasileiro disse que se reuniu com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, para alinhar um acordo breve sobre as tarifas. Segundo o ministro, um cronograma de reuniões será estabelecido na próxima semana para tratar de negociações nos setores mais afetados.
O republicano também comentou sobre o clima para as tratativas entre os países. “Acho que vamos conseguir fazer alguns acordos muito bons que estamos discutindo, e eu acho que vamos acabar tendo um relacionamento muito bom”, afirmou Trump.




