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    Maduro responde EUA com exercícios militares na Venezuela

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    Em resposta às ameaças dos Estados Unidos, Nicolás Maduro anunciou exercícios militares na capital da Venezuela, Caracas, e no estado de Miranda. A ordem do líder chavista foi anunciada nesta quarta-feira (15/10) em áudio divulgado no Telegram.

    De acordo com a mídia estatal venezuelana, a medida busca enfrentar as ameaças norte-americanas. Para isso, os exercícios vão simular a defesa de “montanhas, costas, escolas, hospitais, fábricas, mercados e comunidades” na capital da Venezuela, Caracas, e em Miranda, informou Maduro.

    “Vamos, então, ativar toda a força militar de defesa integral, popular, militar, policial. Ativadas e unidas”, disse o presidente venezuelano no pronunciamento.

    Segundo o ministro do Interior, Justiça e Paz da Venezuela, Diosdado Cabello, a atividade é necessária para “cuidar dos detalhes”.

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    “Precisamos revisar, verificar e corrigir tudo o que precisamos corrigir”, destacou Cabello. “Precisamos cuidar dos detalhes”, acrescentou o ministro de Maduro.

    Novo ataque dos EUA

    A mobilização militar venezuelana surge um dias após um novo ataque dos EUA na região do Caribe, próximo à costa do país.

    Na terça-feira (14/10), Donald Trump anunciou o quinto ataque norte-americano contra embarcações na região, supostamente envolvidas no tráfico internacional de drogas. Em comunicado, o presidente dos EUA afirmou que “seis narcoterroristas” morreram durante o bombardeio — mas, como em outras ocasiões, não apresentou detalhes sobre a operação e as vítimas fatais.

    Desde agosto, uma frota de navios de guerra norte-americanos estão posicionados nas águas do Caribe, incluindo um submarino nuclear. Além disso, os EUA posicionaram dez caças F-35 em Porto Rico.

    O cerco do país liderado por Trump contra a região tem o combate ao tráfico de drogas como plano de fundo. Neste cenário, Nicolás Maduro foi apontado como o chefe do cartel de Los Soles, recentemente classificado como uma organização terrorista por Washington.

    A mudança na política externa do país sobre o tema é muito mais que uma retórica, ou mudanças de nomes. Ao ligar o tráfico internacional com terrorismo, a administração Trump abriu brechas para que operações militares dos EUA fossem realizadas em outros países, sob a bandeira do combate ao terror.