Com a proximidade da COP30, a ser realizada em novembro em Belém (PA), e as mudanças climáticas, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e a atriz Maria Paula Fidalgo uniram forças para promover o evento Balanço Ético do Cerrado. Ocorrida na noite dessa sexta-feira (3/10), a iniciativa foi sediada no Auditório do Memorial Darcy Ribeiro, também conhecido como Beijódromo, fixado na UnB.
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Porta-vozes compromissados com a preservação do meio ambiente e que incentivam a sustentabilidade prestigiaram o evento, criado pela ministra Marina Silva e planejado em conjunto com Maria Paula. Durante o Balanço Ético do Cerrado, houve discursos que tinham por objetivo ajudar a “transcender mentalidades ultrapassadas” e “construir um novo modelo civilizatório virtuoso.”
Os valores — paz e prosperidade; unidade e conexão; diversidade e inclusão — nortearam as declarações e reflexões dos participantes, que almejam fazer a diferença no mundo em conjunto. Apresentações artísticas embalaram a noite focada no meio ambiente, mudança climática e vida no planeta. Com a palavra, Maria Paula Fidalgo ressaltou ser preciso adotar “perspectivas mais inteligentes”.
“Quando estamos em condições de impactar, conseguimos causar impacto. Quando não estamos em condições, algo nos impacta. Estamos vivendo um momento em que a mudança climática tem realmente mudado a vida de todos. E, muitas vezes, as pessoas ficam alteradas com isso. O convite que faço é para termos uma visão para dentro”, aconselhou.
No ponto de vista da atriz e mestre em saúde mental, se cada pessoa passar a prestar atenção em si, conseguirá manter o equilíbrio e, consequentemente, fará a diferença e impactará positivamente no planeta. “Cada um que tiver condição de agir com ética, harmonia e leveza, irradiará essa harmonia, que poderá ser o tom da nossa caminhada”, defendeu Maria Paula.
Viés ético
O Balanço Ético do Cerrado foi idealizado pela ministra após participar de dois movimentos, sendo a COP28 de Dubai, em 2023; e o Acordo de Paris, em 2015. Segundo Marina Silva, depois desses dois eventos, foi feito um balanço geral dos compromissos para ver o que avançou, o que faltava progredir e novas atuações.
Nessa reunião, a ministra de Estado salientou que estavam presentes diversos líderes morais, a exemplo de lideranças indígenas, religiosas, da academia e de movimentos sociais. “Pensei: ‘se fazemos um balanço geral antes da COP28, um balanço técnico, talvez tenhamos de fazer antes da COP30 um balanço ético‘”. Na avaliação de Marina, existem tópicos que não se resolvem somente pelo viés técnico.
“A técnica tem que ser orientada pela ética e uma ética dos valores, não uma de circunstância. A ética de circunstância é camaleônica, adaptando-se de acordo com o interesse da circunstância. E nesse momento, nós já estamos vivendo sobre os efeitos da mudança do clima. Não é mais uma situação de urgência, é uma situação de emergência. Nós estamos numa emergência climática”, sustenta a ministra.
Ao analisar a atual situação do planeta, Marina Silva pontou que a humanidade vive em uma “crise civilizatória”, composta por desequilíbrios econômico, social, ambiental, político, de valores e cultural. “Tudo isso alcança geograficamente e demograficamente o planeta inteiro”, frisou. Ela definiu essa situação como “armagedom ambiental”.
“É grave o problema da perda de biodiversidade, o problema hídrico e a desertificação. É muito grave o que está acontecendo. Esse armagedom é um acelerador de todas as perdas. Se a temperatura se eleva, a biodiversidade, o sistema hidrológico e os sistemas alimentares fenecem”, acrescentou. Em seguida, a ministra do Meio Ambiente destacou ser preciso ter um foco estratégico.
Conforme Marina Silva, a COP30, para além das soluções técnicas, precisa das respostas éticas. E isso requer reunir as diferentes linguagens da espiritualidade, arte e ciências no plural. “Dá uma grande contribuição”, finalizou.
Convidados do evento
O Balanço Ético do Cerrado contou com a presença de mais convidados, como a vice-diretora da Fiocruz/Brasília, Denise Oliveira; a cofundadora do Instituto Felicidade para Todos, Ana Paula Inglêz; o músico Alisson Sindeaux; o defensor do Cerrado e chef de cozinha, Vinícius Rossignoli; a poeta Cyntia Silveira, também conhecida como Mãe da Lua; e a cantora e terapeuta corporal Isabel Nabuco.
Outros nomes que compareceram foram o diretor do Departamento de Educação Ambiental e Cidadania do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Marcos Sorrentino; o doutor em economia, Leopoldo Costa Junior; o guitarrista Marcelo Barbosa; o maestro João MacDowell; o diretor adjunto do Instituto Democracia e Sustentabilidade, Marcos Woortmann; e a fundadora do Instituto Criando Sons, Rejane Pacheco.
Além do presidente honorário e fundador da União Planetária, Ulisses Riedel, a pró-reitora de meio ambiente da Unipaz, Regina Fittipaldi; a ativista brasileira Salette Aquino; Sol Udry, do Instituto Oca do Sol; o secretário de Meio Ambiente da Universidade de Brasília (UnB), Valdir Steinke; e o chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais da Secretária-Geral da Presidência da República, Gustavo Westmann, prestigiaram e discursaram no evento.
Confira momentos do evento pelos registros do fotógrafo Augusto Costa:
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