O público do Festival Estilo Brasil viveu, na noite dessa sexta-feira (31/10), um dos momentos mais marcantes da edição de 2025. Martinho da Vila subiu ao palco do Ulysses Centro de Convenções, em Brasília (DF), e fez do local uma verdadeira roda de samba.

O show começou de forma intimista. Sozinho, Martinho saudou o público com o tradicional boa noite e logo arrancou aplausos ao lembrar do político que dá nome ao espaço: “É uma felicidade estar aqui neste teatro que tem o nome de um amigo meu, que foi um grande brasileiro: Ulysses Guimarães!”.
Em seguida, convidou o público a conhecê-lo “um pouco mais” antes de cantar, à capela, a delicada “Depois Não Sei”, primeira canção da noite. A voz serena, sem acompanhamento, ecoou como uma oração.
Enquanto os músicos entravam discretamente, Martinho pegou o pandeiro e emendou um medley que elevou o astral da plateia: “Quem é do Mar Não Enjoa”, “Saideira” e “Não Chora Meu Amor” deram o tom de festa.
A cada batida, a alegria se espalhava pelo auditório. A sequência seguiu com “Jaguatirica” e “Voz do Coração”, dois sambas que misturam lirismo e leveza. “Num grande amor tem de tudo um bocadinho”, anunciou ele antes de entoar “Grande Amor”, arrancando risadas cúmplices da plateia.

E, como quem conduz um desfile imaginário, puxou “No Embalo da Vila” e “Renascer das Cinzas”, celebrando a ligação eterna com a escola de samba Unidos de Vila Isabel, que o projetou.
Em seguida, apresentou a banda com orgulho e deu espaço para um solo vibrante de percussão de Gabriel Policarpo e Bernardo Aguiar.
Logo após, sentado, o sambista diminuiu o ritmo para cantar “Todos os Sentidos”, antes de fazer o público entoar junto em uníssono “Disritmia” e “Ex-Amor” — um dos pontos mais emocionantes da noite.
Entre risadas, Martinho brincou: “Alô, diretor de harmonia!” — e então o show ganhou tons de carnaval. Vieram “Pra Tudo Se Acabar na quarta-feira” e “Sonho de um Sonho”, a canção inspirada em um poema de Carlos Drummond de Andrade.

A reta final trouxe mais clássicos que sintetizam o Brasil de Martinho: “O Pequeno Burguês” e “Canta, Canta, Minha Gente” ecoaram como hinos.
Mas, o público queria mais — e ele voltou. No bis, à capela e batendo palmas, entoou “Que Preta, Que Nega”, seguida de uma emocionante “Mulheres”, precedida por um discurso sobre a força feminina que move o samba e a vida. “São as mulheres que guiam a música brasileira.”
O encerramento, com “Madalena do Jucu”, foi pura festa, com a plateia dançando, sorrindo e agradecendo por aquela comunhão de alegria.
Foram mais de duas horas de show, em que o tempo pareceu se dissolver entre batuques e refrões, e o público saiu do Ulysses com a sensação de ter vivido um pedaço bonito da história da música brasileira.

O Festival Estilo Brasil segue com programação imperdível: Tim Bernardes se apresenta no dia 8 de novembro, e, o dia 21 de novembro, fica por conta de Os Paralamas do Sucesso com Dado Villa-Lobos. Os ingressos estão disponíveis no site da Bilheteria Digital.
O Festival Estilo Brasil tem o oferecimento do Banco do Brasil Estilo, patrocínio dos cartões BB Visa, Banco do Brasil e Governo Federal. A realização é do Metrópoles, com produção da Oh! Artes.
