Onde Michelle estava com a cabecinha? Por exigência dela, os advogados do seu marido incluíram o maquiador Agustin Fernandez na lista de convidados para a festa de 15 anos de Laura, a filha de Michelle com Bolsonaro. Ela queria que Fernandes dormisse de hoje para amanhã na sua casa, em Brasília.
Os advogados enviaram a lista para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, pedindo autorização para a festa e o pernoite de Fernandez na casa. O pernoite não foi permitido. Já é incomum que um preso possa ser anfitrião de uma festa de aniversário. Quanto mais que ofereça pernoite a convidados.
Fernandez, uruguaio de nascimento, e a embonecada Michelle são inseparáveis como unha e carne. Fernandez chegou ao Brasil em 2011. Fixou-se primeiro em Florianópolis e depois foi morar em São Paulo. Os dois se conheceram quando Michelle exercia a função de primeira-dama e Fernandez celebrou 30 anos de idade.
Em avião da Força Aérea Brasileira, requisitado por Damares Alves, então ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Michelle e seus 16 acompanhantes embarcaram para a festa bacana de Fernandez. No dia seguinte, Fernandez pegou carona no avião e voou a Brasília. Pela lei não podia, mas a lei foi ignorada.
Desde essa época, ele grudou em Michelle e Michelle grudou nele. Cuida da maquiagem de Michelle, do cabelo de Michelle e das roupas que ela veste. Dá palpites em outros aspectos da vida de Michelle. E aprecia particularmente o desabrochar de Michelle para a política, coisa que não agrada a Bolsonaro nem um pouco.
Michelle anda muito palavrosa desde que o marido perdeu a voz e ganhou soluços intermitentes. Não disfarça seu amor repentino pela política nem seu projeto de candidatar-se a um cargo público. Ou a presidente da República, ou a vice ou a senadora. Viaja pelo país e dirige-se principalmente às mulheres evangélicas.
Mas, aos poucos, começa a falar também para o mundo. Em entrevista à AFP, agência de notícias da França, voltou a repetir que Bolsonaro foi alvo “de uma farsa judicial”. Culpou “nossos governantes” que “violam os direitos humanos e princípios democráticos” pelas sanções aplicadas ao Brasil por Trump.
Sobre seu futuro, declarou com uma certa pompa:
“Qualquer decisão que eu venha tomar em relação a possíveis candidaturas passará por um debate profundo com meu marido, com minhas filhas, com o PL e, em especial, será fruto de muita oração para que eu tenha discernimento quanto à missão que Deus, eventualmente, queira me confiar”.
Fernandez simplesmente A-M-O-U o que disse Michelle.