Em meio à operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, testemunhas registraram em vídeo o momento em que moradores saqueiam um mercado.
Ignorando o som dos tiros, o sangue espalhado pelo asfalto e os corpos que se acumulavam nas ruas, várias pessoas arrombaram o portão do estabelecimento e iniciaram o furto em plena zona de guerra.
Vídeo:
Desespero e corpos jogados na rua
Após a operação, os complexos da Penha e do Alemão — que reúnem 26 comunidades — se transformaram em um cenário de guerra urbana.
A ação, considerada a mais violenta já realizada no estado, deixou dezenas de mortos — entre eles policiais civis e militares — além de inúmeros feridos.
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De acordo com informações preliminares, a maior parte dos mortos foi encontrada na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde se concentraram os enfrentamentos entre as forças de segurança e os traficantes.
Moradores relataram que ainda há corpos no alto do morro aguardando remoção.
Imagens:
Morador retira cadáveres após megaoperação das forças de segurança no Rio
Corpos deixados em via do Rio
Cadáveres foram deixados na Praça São Lucas, na Penha
Cadáveres foram deixados na Praça São Lucas, na Penha
Foto: Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Mais de 50 corpos foram localizados em comunidades
Foto: Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Corpos deixados em via do Rio
Foto: Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Foto: Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Foto: Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Foto: Tercio Teixeira/Especial Metrópoles
Operação letal
Segundo o Palácio Guanabara, a ação mobilizou 2,5 mil agentes de diversas corporações, entre Polícia Civil, Polícia Militar e unidades especiais, com o objetivo de conter o avanço territorial do Comando Vermelho e desarticular sua base logística.
Moradores relataram madrugada de terror, com helicópteros sobrevoando as comunidades e blindados abrindo caminho pelos becos e vielas. O barulho de tiros e explosões se estendeu até o amanhecer, especialmente nas regiões da Grota, Fazendinha e Vila Cruzeiro.
Apesar do cerco, parte dos criminosos conseguiu escapar por rotas alternativas. Agentes encontraram túneis e passagens camufladas entre casas e muros, usados para fuga coordenada, lembrando a manobra vista há 15 anos, durante a histórica invasão ao Alemão, em 2010.
