O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Penal do Paraná apresente informações detalhadas sobre a tornozeleira eletrônica utilizada pelo ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Filipe Martins.
A ordem inclui a entrega de um relatório circunstanciado, com registros de possíveis violações, falhas ou descumprimento das medidas cautelares impostas. Martins está sob monitoramento eletrônico desde agosto de 2024.
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Em julho, o ex-assessor acusou agentes do Complexo Médico Penal, em São José dos Pinhais (PR), de irregularidades durante o período em que esteve preso. Em audiência no STF, ele relatou que, após a fase de triagem, chegou a ficar em uma cela sem iluminação.
Réu do núcleo 2 da trama golpista, Martins foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos cinco crimes atribuídos também ao ex-presidente Bolsonaro.
Núcleo 2
Entre os quatro núcleos do processo, o chamado núcleo 2 é o mais “atrasado”. Atualmente, o prazo está na fase das alegações finais das defesas, enquanto os demais núcleos já encerraram essa etapa.
O grupo é formado por seis integrantes, entre eles o ex-diretor da PRF Silvinei Vasques, acusado de comandar operações para viabilizar um possível golpe de Estado.
Veja quem integra o núcleo 2
- Silvinei Vasques – ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na gestão de Jair Bolsonaro;
- Fernando de Sousa Oliveira – ex-secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública do DF;
- Filipe Garcia Martins Pereira – ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência;
- Marcelo Costa Câmara – coronel do Exército e ex-assessor de Bolsonaro;
- Marília Ferreira de Alencar – delegada da Polícia Federal e ex-subsecretária de Segurança Pública da Distrito Federal; e
- Mário Fernandes – general da reserva do Exército e “kid preto”.
Uma das acusações da PGR nesse caso é que os integrantes do núcleo 2 usaram a máquina pública, como a PRF, para dificultar o acesso de eleitores aos locais de votação no segundo turno das Eleições 2022, especialmente no Nordeste, maior reduto eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então concorrente de Bolsonaro na disputa presidencial.