O presidente Lula se prepara para um encontro nada trivial com Donald Trump, esperado para ocorrer neste domingo (26/10), na cúpula da Asean, na Malásia. Fontes próximas ao presidente disseram à coluna que o chefe do Executivo brasileiro deverá abordar três temas sensíveis. Um deles é referente às sanções dos Estados Unidos contra Alexandre de Moraes, por meio da Lei Magnitsky, e a revogação do visto de mais sete ministros do STF.
Outro assunto em discussão será o tarifaço — o aumento de 50% nas tarifas de exportação, que tem afetado o setor produtivo brasileiro. Lula quer alinhar com Trump uma forma de minimizar os impactos e melhorar as condições para a evolução do comércio bilateral.
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A situação no Caribe e na Venezuela também será abordada. Na visão do governo brasileiro, a proximidade do território venezuelano às fronteiras do Brasil coloca o país no centro de uma tensão geopolítica que não pode ser ignorada. Lula deve buscar no encontro com Trump uma resposta coordenada para as ações militares na região que, segundo interlocutores do Planalto, “estão muito próximas de casa”.
É difícil prever se a “química” dos primeiros contatos entre Lula e Trump continuará. As sanções americanas foram interpretadas pelo Planalto como uma ingerência na soberania nacional. Lula deverá cobrar uma posição clara de Trump, reivindicando que a Casa Branca reveja sua postura. Em discursos, Lula tem defendido “respeito às instituições e à autonomia do Brasil”.
