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    Netanyahu condiciona plano de paz em Gaza à libertação de reféns

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    O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo (5/10) que não avançará com o plano de cessar-fogo proposto pelo governo dos Estados Unidos até que todos os reféns mantidos pelo Hamas sejam libertados. A declaração foi feita durante um discurso ao Fórum de Heróis de Israel, em Jerusalém, grupo formado por famílias de vítimas dos ataques de 7 de outubro de 2023 e da guerra subsequente em Gaza.

    “Não passaremos para nenhuma das 21 cláusulas até que o último refém, cada um deles, tenha cruzado o território israelense”, afirmou Netanyahu. “Só então prosseguiremos para qualquer outra cláusula”.

    A fala ocorre em meio às negociações de paz mediadas pelos Estados Unidos e ao plano proposto pelo presidente Donald Trump, que prevê cessar-fogo imediato, troca de prisioneiros e envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

    Leia também

    Pressão interna e protestos

    Enquanto Netanyahu discursava, manifestantes se reuniram em frente à residência oficial do primeiro-ministro, em Jerusalém, durante um protesto organizado por famílias de reféns israelenses. Os participantes pediram mais empenho do governo na negociação pela libertação dos sequestrados e criticaram a lentidão nas tratativas.

    Imagens divulgadas pela imprensa local mostraram faixas com frases como “Tragam nossos filhos para casa” e “Sem reféns, sem paz”.

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    Donald Trump e Benjamin Netanyahu selam plano de paz em Gaza

    Win McNamee/Getty Images2 de 4

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    Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu

    Alex Wong/Getty Images4 de 4

    O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu

    Taylor Hill/Getty Images

    Situação em Gaza

    Apesar dos apelos internacionais por cessar-fogo, o Exército de Israel manteve durante este fim de semana sua ofensiva sobre a Cidade de Gaza. Hospitais locais relataram dezenas de mortos nas últimas 24 horas, incluindo mulheres e crianças.

    Nesse sábado (4/10), o grupo palestino Hamas classificou as declarações de Netanyahu como “hipocrisia”, afirmando que Israel segue realizando “massacres bárbaros” enquanto discute acordos de paz.

    Segundo o movimento, os ataques aéreos recentes deixaram ao menos 70 mortos.

    Próximos passos

    Delegações de Israel e do Hamas devem se reunir no Cairo entre este domingo e segunda-feira (6/10) para discutir a libertação dos reféns e a troca de prisioneiros palestinos.

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    O plano de paz de Trump estabelece que a libertação completa dos sequestrados é a condição inicial para qualquer avanço nas demais etapas do acordo, reforçando a posição de Netanyahu de não seguir adiante até que todos os reféns retornem a Israel.