A forte equipe da OAB/Ceará,até entao invicta na competição, não consegue passar pela defesa acreana e se despede nos pênaltis.
O time nordestino vinha de uma fase de grupos de respeito — terminou em quarto, com sete pontos na conta e um 6×0 no GO-B que virou precedente pra qualquer defesa de ataque.
Depois, segurou o 0x0 com o BA, num jogo digno de audiência sem acordo, e ainda venceu o AL por 2×1 pra mostrar que, quando era pra decidir, o Ceará sempre apresentava provas contundentes.
O Acre, por outro lado, chegou com o carimbo atrasado, mas cheio de vontade de provar inocência. A equipe ficou em 13°, com quatro pontos, mas demonstrou que sabia se defender: venceu o PI por 2×1, empatou em 0x0 com Rondônia e só levou um “processo pesado” do SP-A, que aplicou 4×0 sem direito a apelação. Ainda assim, o time acreano chegou às oitavas acreditando no milagre.
Com desfalques e jogadores lesionados, Zé Montou seu tabuleiro e traçou uma verdadeira tatica de guerra.

PRIMEIRO TEMPO:
O primeiro tempo começou naquele clássico estilo “Nainei”, em que ninguém se arriscava demais antes de entender o processo. O Ceará e o Acre iam se estudando no meio-campo, como dois advogados trocando petições antes da audiência principal. O sol castigava, parecia ter um pra cada jogador, e o ritmo era de pura estratégia: toque curto, marcação firme e muita conversa em campo. Aos poucos, o Ceará tentava encontrar um espaço pra dar aquela jogada mais aguda, enquanto o Acre se defendia com disciplina e olho atento em cada contra-ataque.

Nos primeiros minutos, quem mandava na posse era o Ceará, tocando a bola com calma e consciência, no estilo de quem sabia que jogo se ganhava com paciência, não com desespero. A construção começava lá atrás com Daniel, passava pelos pés seguros de Leonardo e chegava até Paulo, mais avançado no meio, tentando encontrar o passe agudo pra furar a defesa. O Acre, por outro lado, se fechava com linhas baixas, esperando o erro pra contra-atacar, daquele jeitinho clássico de quem preferia agir no momento certo do que se afobar na pressa.
E a estratégia acreana quase deu certo. Antônio recebeu na intermediária, dominou bonito e soltou o pé num chute forte, com veneno, que passou por cima do gol — a primeira grande chance do Acre na partida e um aviso claro de que o jogo ia ser pegado.
Do lado do Ceará, a resposta veio rápida. Na cobrança de falta pela ala esquerda, M8 partiu pra bola com confiança, tentando surpreender o goleiro no contrapé. Mas acabou pegando mal, e a bola subiu demais, sem levar grande perigo. Mesmo assim, o lance serviu pra mostrar que o jogo começava a se abrir, ganhando ritmo e emoção na metade do primeiro tempo.
O Ceará começava a crescer no jogo, apostando nas bolas alçadas na área, buscando aquela casquinha marota pra enganar a defesa e surpreender o goleiro. Era jogo de insistência e malandragem, típico de quem entendia que, às vezes, a justiça da bola vinha no desvio do destino.
O Ceará amadurecia o gol. RJD arriscou de fora da área, soltando uma batida seca que passou por cima do gol. O time tinha volume, insistência e parecia pronto pra transformar posse em vantagem.
E, no fim do primeiro tempo, quase um gol sem querer querendo: PV tentou cruzar da esquerda, mas a bola pegou uma curva maluca e encobriu o goleiro, beijando o travessão antes de sair. O estádio prendeu o fôlego — o Ceará estava cada vez mais perto.
SEGUNDO TEMPO:
A volta do intervalo começou com o Ceará ainda mais agudo, partindo pra cima, enquanto o Acre mantinha a postura, fechadinho, só esperando aquela bolinha no contra-filé pra tentar surpreender.
O tempo passava, e o empate parecia destino. O Ceará abusava dos cruzamentos, enquanto o Acre mantinha a serenidade defensiva. As penalidades máximas começaram a se desenhar como capítulo inevitável da história.
Nas penalidades, o espetáculo ganhou outro tom. Lucas, goleiro do Ceará, brilhou pegando duas cobranças e mantendo o time vivo até o fim. Mas o herói da manhã foi Renato, que bateu o último pênalti com categoria, deslocando o goleiro e garantindo a classificação do Acre para as quartas de final.
FIM DE JOGO
Fim de audiência no CT do Vila Nova. O Ceará teve mais posse, mais volume e criou as melhores chances, mas esbarrou num sistema acreano organizado e numa disputa de pênaltis que consagrou os heróis do Acre. O jogo foi quente, truncado, com resenha, tensão e emoção até o último chute — um retrato fiel da várzea em fase de mata-mata.
Após o jogo, Renato agradeceu à equipe pelo empenho e destacou que a paciência do grupo foi fundamental para segurar o resultado até os pênaltis. Disse que o plano de jogar pelo erro adversário funcionou e que agora o Acre chegava forte e confiante pras quartas de final.
O goleiro Lucas, do Ceará, lamentou a eliminação, mas destacou o orgulho pela entrega do grupo. Disse que as duas defesas nos pênaltis foram fruto de trabalho e que o foco agora era voltar mais forte em 2026.
Craque da Partida: Renato (AC)
