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    ONU diz estar “horrorizada” com letalidade da megaoperação no Rio

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    A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou nesta terça-feira (28/10) estar “horrorizada” com a megaoperação policial realizada nas comunidades da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. A ação, deflagrada para combater a facção criminosa Comando Vermelho, deixou ao menos 64 mortos, entre eles quatro policiais, e já é considerada a operação mais letal da história do estado.

    “Estamos horrorizados com a operação policial em andamento nas favelas do Rio de Janeiro, que supostamente já resultou na morte de mais de 60 pessoas, incluindo 4 policiais. Esta operação mortal reforça a tendência de consequências letais extremas das operações policiais nas comunidades marginalizadas do Brasil”, declarou o Escritório de Direitos Humanos da ONU no X (antigo Twitter).

    A organização pediu que as autoridades brasileiras realizem “investigações rápidas e eficazes”, e lembrou o país de suas “obrigações sob o direito internacional dos direitos humanos”.

    #Brasil🇧🇷

    Mensagem da @UNHumanRights: https://t.co/pNptypefCo pic.twitter.com/lsbLPx7pst

    — ONU Derechos Humanos – América del Sur (@ONU_derechos) October 28, 2025

    Megaoperação

    A ofensiva, que mobilizou 2,5 mil agentes de segurança, foi deflagrada com o objetivo de cumprir 51 mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho. O foco da ação era conter o avanço territorial da facção e prender lideranças do tráfico de drogas.

    Durante o confronto, criminosos reagiram com barricadas, drones, bombas e tiros. Segundo as forças de segurança, 81 pessoas foram presas e ao menos 75 fuzis apreendidos. O arsenal encontrado reforçou a dimensão do poder de fogo da facção nas áreas ocupadas.

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    Cerca de 2.500 agentes das policias civil e militar participam nesta terca-feira (28) da “Operacao Contencaoî nos complexos da Penha e do Alemao, Zona Norte do Rio

    GBERTO RAS/Agencia Enquadrar/Agencia O Globo2 de 6

    Megaoperação no Rio de Janeiro

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    Megaoperação no Rio de Janeiro

    Fabiano Rocha / Agência O Globo4 de 6

    Policiais durante megaoperação no Rio de Janeiro

    Fernando Frazão/Agência Brasil5 de 6

    Megaoperação no Rio de Janeiro

    Fabiano Rocha / Agência O Globo6 de 6

    Megaoperação no Rio de Janeiro

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    Quatro agentes foram mortos: os policiais civis Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, 51 anos, conhecido como Máskara, chefe da 53ª Delegacia de Mesquita, e Rodrigo Velloso Cabral, 34, da 39ª DP (Pavuna); além dos policiais militares Cleiton Serafim Gonçalves e Herbert, ambos do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais).

    A ação contou com apoio do Ministério Público do Rio (MPRJ), por meio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Bope. O Gaeco denunciou 67 pessoas por associação para o tráfico, além de três por tortura.

    Segundo o MPRJ, o Complexo da Penha, por sua localização próxima a vias expressas, tornou-se uma das principais bases do projeto de expansão do Comando Vermelho. O grupo atua em comunidades estratégicas, inclusive na zona oeste, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento, algumas recentemente disputadas por milicianos.