Cotados para a vaga do ministro Luís Roberto Barroso no STF viram alguns “recados” do presidente Lula sobre a disputa durante a entrevista coletiva que o petista concedeu em Roma, na segunda-feira (13/10).
Uma das indiretas, na avaliação dessas fontes, estaria no trecho em que Lula diz que as pessoas acham que podem decidir pelo governo e que a indicação de ministro do STF é “tarefa” do presidente da República.
“No Brasil tem uma coisa muito interessante que as pessoas acham que podem decidir pelo governo. Indicar um ministro para Suprema Corte ou uma ministra é tarefa do presidente da República”, disse o petista na coletiva.
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Na avaliação de alguns cotados para a vaga de Barroso, essa fala seria um recado de Lula a lideranças do Senado e a ministros do próprio Supremo que apoiam o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Houve, porém, quem visse essa fala como uma indireta de Lula para lideranças do governo no Legislativo que deram entrevistas nos últimos dias defendendo o nome do ministro da AGU, Jorge Messias, para a vaga de Barroso.
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Lula não quer “amigo” no STF
Outra indireta do presidente, na avaliação dos cotados, estaria no trecho da entrevista em que ele disse não querer indicar um “amigo”, mas, sim, uma “pessoa gabaritada” para ser ministro do Supremo.
“Eu quero uma pessoa, não sei se mulher ou homem, não sei se preto ou branco, eu quero uma pessoa que seja antes de tudo uma pessoa gabaritada para ser ministro da Suprema Corte. Eu não quero um amigo. Eu quero um ministro da Suprema Corte que terá como função específica cumprir a Constituição brasileira. É isso que eu quero”, declarou o presidente.
A fala foi vista como um possível recado para Messias, apontado por petistas como “candidato do peito” de Lula. Aliados do ministro da AGU, contudo, rejeitam que tenha sido um recado para ele.
Essas fontes lembram que, em 2023, Lula chegou a dar declarações públicas negando que Cristiano Zanin, primeiro indicado pelo petista para o Supremo nesse terceiro mandato, era seu amigo.
Na avaliação de aliados do ministro da Advocacia-Geral da União, a declaração de Lula seria apenas uma “vacina” do presidente da República para evitar críticas de que estaria indicando amigos para o STF.
Além de Rodrigo Pacheco e Jorge Messias, outro nome que desponta como cotado para a vaga de Barroso no STF é o do ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU).