O câncer de mama é o tipo de tumor mais comum entre mulheres no Brasil, atrás apenas do câncer de pele. Apesar do avanço dos tratamentos, a doença ainda é cercada por desinformação e atraso no diagnóstico, fatores que comprometem o sucesso das terapias.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o país registra cerca de 73 mil novos casos por ano. O número reforça a importância do rastreamento regular e da atenção aos sinais iniciais, como alterações no formato ou textura das mamas, para evitar as complicações graves e até fatais que a doença pode trazer.
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Câncer de mama: sexualidade e autoestima são afetadas pela doença
Durante o mês de outubro, na campanha do Outubro Rosa, especialistas se reúnem para informar com o objetivo de fortalecer a prevenção. Um dos principais focos nessa estratégia é a realização de mamografias na idade indicada.
A recomendação de rastreamento do Ministério da Saúde é de fazer exames a cada dois anos para a faixa de 50 a 74 anos, mas com o aconselhamento de começar antes para mulheres a partir de 40 anos que assim o desejarem.
“A disseminação de mitos pode atrasar o diagnóstico e comprometer o tratamento. Por isso, é essencial reforçar o valor da mamografia, que detecta tumores antes de se tornarem palpáveis”, afirma a radiologista Flora Finguerman, de São Paulo.
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Câncer de mama é uma doença caracterizada pela multiplicação desordenada de células da mama causando tumor. Apesar de acometer, principalmente, mulheres, a enfermidade também pode ser diagnosticada em homens
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Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados cedo, apresentam bom prognóstico
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Não há uma causa específica para a doença. Contudo, fatores ambientais, genéticos, hormonais e comportamentais podem aumentar o risco de desenvolvimento da enfermidade. Além disso, o risco aumenta com a idade, sendo comum em pessoas com mais de 50 anos
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Apesar de haver chances reais de cura se diagnosticado precocemente, o câncer de mama é desafiador. Muitas vezes, leva a força, os cabelos, os seios, a autoestima e, em alguns casos, a vida. Segundo o Inca, a enfermidade é responsável pelo maior número de óbitos por câncer na população feminina brasileira
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Os principais sinais da doença são o aparecimento de caroços ou nódulos endurecidos e geralmente indolores. Além desses, alteração na característica da pele ou do bico dos seios, saída espontânea de líquido de um dos mamilos, nódulos no pescoço ou na região das axilas e pele da mama vermelha ou parecida com casca de laranja são outros sintomas
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O famoso autoexame é extremamente importante na identificação precoce da doença. No entanto, para fazê-lo corretamente é importante realizar a avaliação em três momentos diferentes: em frente ao espelho, em pé e deitada
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Faça o autoexame. Em frente ao espelho, tire toda a roupa e observe os seios com os braços caídos. Em seguida, levante os braços e verifique as mamas. Por fim, coloque as mãos apoiadas na bacia, fazendo pressão para observar se existe alguma alteração na superfície dos seios
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A palpação de pé deve ser feita durante o banho com o corpo molhado e as mãos ensaboadas. Para isso, levante o braço esquerdo, colocando a mão atrás da cabeça. Em seguida, apalpe cuidadosamente a mama esquerda com a mão direita. Repita os passos no seio direito
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A palpação deve ser feita com os dedos da mão juntos e esticados, em movimentos circulares em toda a mama e de cima para baixo. Depois da palpação, deve-se também pressionar os mamilos suavemente para observar se existe a saída de qualquer líquido
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Por fim, deitada, coloque a mão esquerda na nuca. Em seguida, com a mão direita, apalpe o seio esquerdo verificando toda a região. Esses passos devem ser repetidos no seio direito para terminar a avaliação das duas mamas
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Mulheres após os 20 anos que tenham casos de câncer na família ou com mais de 40 anos sem casos de câncer na família devem realizar o autoexame da mama para prevenir e diagnosticar precocemente a doença
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O autoexame também pode ser feito por homens, que apesar da atipicidade, podem sofrer com esse tipo de câncer, apresentando sintomas semelhantes
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De acordo com especialistas, diante da suspeita da doença, é importante procurar um médico para dar início a exames oficiais, como a mamografia e análises laboratoriais, capazes de apontar a presença da enfermidade
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É importante saber que a presença de pequenos nódulos na mama não indica, necessariamente, que um câncer está se desenvolvendo. No entanto, se esse nódulo for aumentando ao longo do tempo ou se causar outros sintomas, pode indicar malignidade e, por isso, deve ser investigado por um médico
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O tratamento do câncer de mama dependerá da extensão da doença e das características do tumor. Contudo, pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica
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Os resultados, porém, são melhores quando a doença é diagnosticada no início. No caso de ter se espalhado para outros órgãos (metástases), o tratamento buscará prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida do paciente
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Para a oncologista Jana Pacífico, do Hospital Brasília Águas Claras, o diagnóstico precoce muda completamente o desfecho da doença. “Quando identificado em estágios iniciais, o câncer de mama tem chances de cura que superam 90%”, ressalta a especialista.
A mamografia é o principal exame de rastreamento e deve ser feita mesmo na ausência de sintomas. O exame usa baixas doses de radiação, equivalentes à exposição natural de algumas semanas, e permite detectar nódulos milimétricos invisíveis ao toque.
Mitos e verdades sobre o câncer de mama
1. Mulheres jovens não têm câncer de mama
Mito. “Embora o risco aumente com a idade, até 10% dos casos ocorrem em mulheres com menos de 40 anos”, diz Jana.
2. Todo nódulo na mama é câncer
Mito. A maioria dos nódulos é benigna, causada por alterações hormonais ou cistos. Apenas exames de imagem e biópsia podem confirmar se há presença de tumor maligno.
3. A mamografia tem radiação prejudicial
Mito. A dose de radiação usada na mamografia é muito baixa e segura. A radiologista Lorena Amaral lembra que “o risco é insignificante frente ao benefício do diagnóstico precoce, que salva vidas todos os anos”.
4. O autoexame substitui a mamografia
Mito. O autoexame ajuda no autoconhecimento do corpo, mas não substitui exames de imagem. O diagnóstico definitivo só é feito com mamografia e, se necessário, biópsia.
5. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura
Verdade. Quando detectado nas fases iniciais, o câncer de mama tem mais de 90% de chance de cura.
6. Homens também podem ter câncer de mama
Verdade. Apesar de ocorrer em apenas cerca de 1% dos casos, o câncer de mama também atinge homens. Nódulos, secreção ou retração do mamilo devem ser investigados.
7. Amamentar reduz o risco de câncer de mama
Verdade. O aleitamento prolongado ajuda a equilibrar hormônios e a eliminar células mamárias alteradas, diminuindo o risco de desenvolver a doença.
8. O câncer de mama é sempre hereditário
Mito. Apenas de 5% a 10% dos casos têm origem genética. A maioria acontece em mulheres sem histórico familiar, influenciada por fatores hormonais e do ambiente.
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