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    Paraná Pesquisas: para 45,8% da população, segurança piorou com Lula

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    Quase metade dos brasileiros considera que a segurança pública no país piorou desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). É o que mostra levantamento da Paraná Pesquisas, divulgado nesta quarta-feira (29/10).

    De acordo com o estudo, 45,8% dos entrevistados afirmam que a situação da segurança pública “piorou”, enquanto 33,9% dizem que “permaneceu igual” e apenas 17,2% acreditam que “melhorou”. Outros 3,1% não souberam ou preferiram não responder.

    Veja:

    De acordo com a Constituição Federal, a segurança pública no Brasil é uma atribuição compartilhada entre as esferas federal, estadual e municipal. O governo federal, comandado pelo presidente Lula, atua em crimes de maior abrangência e na fiscalização das fronteiras, com equipes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública e mais.

    Já o governo estadual tem a responsabilidade direta pelo policiamento e as investigações, com as polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros.

    A pesquisa mostra ainda que a percepção da segurança pública varia entre as regiões do país. No Norte e Centro-Oeste, onde há o maior índice de respostas positivas, 23,6% dos entrevistados disseram que a segurança melhorou, 28,9% que permaneceu igual e 44,7% que piorou. Já no Nordeste, 20,9% consideram que houve melhora, 36,5% que está igual e 39,9% que piorou.

    Confira:

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    Paraná Pesquisas2 de 2

    Paraná Pesquisas

    No Sudeste, região mais populosa e onde as forças de segurança intensificaram operações contra o crime organizado no Rio de Janeiro e em São Paulo, a avaliação negativa é mais expressiva: 47,5% afirmam que a segurança pública piorou, 34,5% dizem que está igual e 14,5% enxergam melhora. O Sul registra o cenário mais desfavorável ao governo: 53,8% consideram que a situação piorou, 32,5% que permaneceu igual e apenas 11% acreditam em avanços.

    Metodologia da pesquisa

    • A pesquisa foi realizada entre os dias 21 e 24 de outubro, com 2.020 eleitores de 16 anos ou mais em 162 municípios dos 26 estados e do Distrito Federal.
    • O levantamento tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais e grau de confiança de 95%.
    • Por região, a margem de erro é de 3,4 pontos percentuais no Sudeste (851 entrevistas), 4,2 no Nordeste (559), 5,6 no Norte e Centro-Oeste (318) e 5,9 no Sul (292).
    Leia também

    Segurança pública é principal preocupação

    O tema da segurança pública segue entre as principais preocupações da população brasileira e o governo Lula tem buscado responder ao aumento da demanda por medidas efetivas na área.

    Em abril, o presidente e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, encaminharam ao Congresso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que amplia o papel da União na formulação de políticas para o setor e prevê o fortalecimento dos mecanismos de controle, com a criação de corregedorias e ouvidorias autônomas.

    A PEC também propõe expandir as atribuições da Polícia Rodoviária Federal, que passaria a patrulhar ferrovias e hidrovias, e incluir as guardas municipais no sistema nacional de segurança. Lewandowski afirmou, na ocasião, que a proposta busca criar um “SUS da Segurança Pública”. O texto está há seis meses na Câmara dos Deputados.

    Megaoperação no Rio

    A divulgação da pesquisa ocorre em meio à intensificação das ações policiais no país. Nessa terça-feira (28/10), uma megaoperação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro resultou em pelo menos 64 mortes, entre elas as de quatro policiais, sendo dois civis e dois militares.

    A ação, que envolveu cerca de 2,5 mil agentes nos complexos do Alemão e da Penha, é considerada a mais letal da história do estado.

    9 imagensMegaoperação no Rio de JaneiroMegaoperação no Rio de JaneiroMegaoperação das polícias deixa vários policiais feridos e mortos. O Hospital Getúlio Vargas, na Penha, recebeu os feridos. Na foto: policial baleado chegando no HGVDurante operação policia contra o Comando Vermelho, bandidos ordenam fechamento de comércio e usam lixeiras incendiadas para bloquear a via na rua Itapiru, no Catumbi.Durante operação policia contra o Comando Vermelho, detidos são conduzidos para a Cidade da Polícia CivilFechar modal.1 de 9

    Cerca de 2.500 agentes das policias civil e militar participam nesta terca-feira (28) da “Operacao Contencaoî nos complexos da Penha e do Alemao, Zona Norte do Rio

    GBERTO RAS/Agencia Enquadrar/Agencia O Globo2 de 9

    Megaoperação no Rio de Janeiro

    Fabiano Rocha / Agência O Globo3 de 9

    Megaoperação no Rio de Janeiro

    Fabiano Rocha / Agência O Globo4 de 9

    Megaoperação das polícias deixa vários policiais feridos e mortos. O Hospital Getúlio Vargas, na Penha, recebeu os feridos. Na foto: policial baleado chegando no HGV

    Gabriel de Paiva / Agência O Globo5 de 9

    Durante operação policia contra o Comando Vermelho, bandidos ordenam fechamento de comércio e usam lixeiras incendiadas para bloquear a via na rua Itapiru, no Catumbi.

    Fernando Frazão/Agência Brasil6 de 9

    Durante operação policia contra o Comando Vermelho, detidos são conduzidos para a Cidade da Polícia Civil

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    Durante operação Contenção da policia contra o Comando Vermelho, inspetoras da Polícia Civil catalogam apreensão de drogas

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    Megaoperação no Rio de Janeiro

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    Durante operação Contenção da policia contra o Comando Vermelho, detidos são conduzidos para a Cidade da Polícia Civil

    Fernando Frazão/Agência Brasil

    Durante a operação, foram apreendidos 75 fuzis e realizadas 81 prisões. Segundo o Ministério Público do Rio, o objetivo era cumprir 51 mandados de prisão contra traficantes da facção. O órgão denunciou 67 pessoas por associação ao tráfico e três por tortura.

    O Complexo da Penha, alvo principal da ação, é apontado pelo MP como uma das bases estratégicas da facção criminosa, especialmente por sua proximidade com vias expressas usadas para o escoamento de drogas e armas.