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    Pedestre atropelado e morto por PM era físico e consultor de museus

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    O homem de 67 anos atropelado e morto pelo cabo da Polícia Militar Anderson Augusto de Oliveira, de 34 anos, era o físico e consultor em museus e institutos científicos em todo o Brasil Aníbal Fonseca de Figueiredo Neto. O acidente aconteceu por volta das 21h20 na sexta-feira (24/10), no Morumbi, zona oeste de São Paulo.

    O policial da Rota – que também morreu – estava em sua moto, fora de serviço, quando atropelou Aníbal, que estava na faixa de pedestres. A força da batida fez com que o PM fosse arremessado e tivesse sua cabeça arrancada. Após a colisão, um táxi ainda passou por cima do corpo de Anderson.

    Natural de Belém do Pará, Aníbal iniciou seus estudos em física na Universidade Federal do Pará (UFPA) e concluiu a graduação e o mestrado pela Universidade de São Paulo (USP). Ele também foi essencial na concepção do Museu Catavento, localizado na região central da capital.

    Repercussão da morte

    A Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas lamentou a morte do parceiro. “Sua dedicação, criatividade e entusiasmo permanecem como legado e inspiração para todos que fazem parte da história do Catavento”, disse a pasta, por meio de nota.

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    O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) também fez uma nota de pesar sobre a morte de Aníbal. “Reconhecido pela excelência funcional e beleza plástica de suas criações, Aníbal deixa um legado duradouro para a educação científica brasileira, inspirando gerações com seu entusiasmo, sensibilidade e visão transformadora da ciência como experiência lúdica e humana”, informou.

    Segundo o MCTI, o físico também foi essencial para a criação do Museu Interativo da UFPA, que passará a levar seu nome.

    Atropelado por PM

    Anderson Augusto de Oliveira morreu após sofrer um acidente de moto em que atropelou Aníbal Fonseca de Figueiredo Neto, que andava a pé na altura do número 2.437 da Avenida Professor Francisco Morato, no Morumbi. O PM integrava as Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), grupamento ligado ao Batalhão de Choque da corporação.

    Veja o vídeo:

     

    A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou ao Metrópoles, em nota, que o policial atropelou o homem de 67 anos quando o pedestre atravessava a avenida.

    Testemunhas teriam afirmado que o semáforo estava verde no momento do acidente, sem especificar se para o PM ou se para o pedestre atropelado.

    A cabeça do cabo foi decepada com a força do impacto e ficou a cerca de 10 metros de distância do corpo, segundo imagens encaminhadas à reportagem.

    A SSP disse ainda que o caso é investigado pelo 89º DP e que “todas as circunstâncias” relacionadas ao acidente são apuradas.

    A Rota lamentou publicamente a morte do policial, acrescentando se solidarizar com familiares e amigos de Anderson de Oliveira.