Passar tempo sozinho nem sempre é sinal de tristeza ou isolamento. Especialistas explicam que a solidão escolhida pode ser uma oportunidade de cuidado, reflexão e desenvolvimento pessoal.
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Segundo a psicóloga e psicanalista Silvia de Oliveira e Silva, quem prefere a própria companhia costuma apresentar três características principais:
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1. Autonomia emocional: essas pessoas não dependem de validação constante e conseguem estar consigo mesmas sem sentir abandono interno.
2. Introspecção e profundidade interna: usam a solidão como espaço de reflexão, criatividade e elaboração emocional, transformando o silêncio em terreno fértil para o crescimento pessoal.
3. Limites saudáveis nos vínculos: sabem reconhecer quando um relacionamento não as nutre, evitando laços superficiais e buscando conexões verdadeiras.

A coordenadora de psicologia da Rede Casa/RJ Dalila Stalla reforça que a diferença entre solitude e isolamento está no sentimento que acompanha o estar só: liberdade ou sofrimento. “A solidão desejada é saudável quando traz bem-estar, mas se gerar tristeza, vazio ou afastamento do mundo, é preciso atenção”, alerta.
Cibele Santos, psicóloga, acrescenta que a solidão também fortalece autoconhecimento, criatividade e independência emocional, mas lembra que é importante não confundir escolha com fuga. “O tempo consigo mesmo é um espaço de crescimento pessoal, mas é importante não confundir escolha com fuga do mundo”, diz.

Solidão: quando prestar atenção?
Especialistas destacam sinais de alerta: dificuldade de se conectar com os outros, perda de prazer em convivências ou queda no autocuidado. Nesses casos, é hora de buscar apoio psicológico. A solidão pode ser cura ou exílio — o que importa é o efeito que ela provoca.
“Cuidar da própria companhia é essencial, mas preservar os laços que nos humanizam também é”, conclui Silvia. O segredo está em equilibrar solitude e conexão, garantindo que o tempo sozinho enriqueça a vida sem afastar do convívio.
