O consumo acidental de bebidas alcoólicas ou produtos com álcool por pets é mais comum do que se imagina e pode ter consequências graves. Com confraternizações e até curiosidade dos próprios animais, a exposição a essas substâncias é um perigo real.
Leia também
-
Saiba quais produtos de limpeza podem ser tóxicos e perigosos aos pets
-
Alerta! Confira quais óleos essenciais são tóxicos para pets e por que
-
Tutores temem intoxicação de cachorros por plantas nas ruas de SP
-
Perigo! Saiba quais plantas são tóxicas para cachorros e gatos
De acordo com João Paulo Lacerda, professor de medicina veterinária, a questão está na quantidade. “A gravidade dos sintomas depende da quantidade ingerida e do tamanho do animal. Pode ser fatal em casos graves.”



Os vira-latas são os mais populares entre cães e gatos
Getty Images
Muitas pessoas também escolhem ter cães e gatos juntos
Getty Images
A convivência pode ser positiva para os pets
Cães Online / Reprodução 
A adoção de vira-latas é importante no combate ao abandono animal
Reprodução/GettyImages
Centros de doação no DF recebem cães e gatos para transfusões seguras em situações de emergência
Getty Images
Clique aqui para seguir o canal do Metrópoles Vida&Estilo no WhatsApp
Os sinais de intoxicação costumam aparecer rapidamente e variam conforme o porte e a sensibilidade de cada espécie. João Paulo explica que em casos mais severos, o animal também pode chegar a ter arritmias, convulsões e dificuldade respiratória.
“Os sinais mais comuns são vômito, diarreia, aumento da sede e da frequência urinária, salivação excessiva, letargia, sonolência ou depressão, falta de coordenação motora (andar cambaleante), desorientação e baixa temperatura corporal (hipotermia)”, alerta.
Pouco já é demais
Um equívoco comum é acreditar que uma pequena dose de bebida alcoólica, como um gole de cerveja ou vinho, seria inofensiva para o animal.
O especialista reforça que o risco existe de qualquer forma. “A intoxicação vai depender do tipo de substância ingerida e a quantidade, porém uma pequena quantidade já é prejudicial à saúde do pet.”

Além das bebidas tradicionais, há ainda outras fontes perigosas de álcool dentro de casa. “O etanol inclui bebidas alcoólicas, sobremesas aromatizadas com álcool, frutas fermentadas, massa de fermento não assada, alguns medicamentos líquidos e enxaguantes bucais.”
O risco não está relacionado somente ao etanol, mas também ao metanol. Essa substância está presente, por exemplo, nos fluidos de para-brisa, alguns aditivos de gasolina e alguns solventes de tinta.
João Paulo destaca que há ainda um álcool mais preocupante do que o etanol e o metanol, que é o isopropanol.
“Tem o dobro da potência do etanol ou do metanol, e está presente em desinfetante para as mãos, limpadores de vidro, perfumes ou colônias, detergentes, anticongelantes e alguns produtos de higiene pessoal ou sprays antipulgas”, afirma.
O que fazer nesses casos?
Se houver suspeita de ingestão acidental de álcool, líquido, em comida ou produto, o tutor deve agir rapidamente. “Jamais deverão estimular o vômito, deverão buscar auxílio do médico-veterinário.”
O tratamento depende da gravidade do quadro e dos sintomas. Segundo, João Paulo, os principais tratamentos são para os sintomas apresentados.

No caso de desidratação, por exemplo, o animal receberá hidratação endovenosa, protetores gástricos e hepáticos, além de antieméticos para evitar o vômito.
“Será necessário manter o monitoramento dos parâmetros vitais do animal até que os sintomas e sinais desapareçam”, explica.
A prevenção continua sendo a melhor medida. Manter bebidas, cosméticos e produtos de limpeza fora do alcance dos animais é o mais importante. Afinal, a curiosidade dos pets pode transformar um simples descuido em uma emergência ou até mesmo uma fatalidade.
Inclusão dos pets: vinho sem álcool para cães e gatos
Nos últimos anos, algumas empresas vêm apostando em produtos que imitam bebidas alcoólicas, mas sem álcool, voltados ao público pet.
Pensando nisso, uma empresa na Nova Zelândia lançou um vinho sem álcool para cães e gatos. A empresa Muttley’s Estate, sediada em Auckland e fundada por John Roberts, incluiu ervas naturais e erva-de-gato no produto para ajudar os pets em momentos de estresse.

Não é a primeira vez que a marca produz bebidas desse tipo. Anteriormente, já haviam desenvolvido uma linha de bebidas com nomes como Pawt, Champawgne, Purrno Noir e Sauvignon Bark. Nada contém álcool ou uvas, somente ingredientes próprios para consumo animal.
Por ter acesso a experiência de sua família na indústria farmacêutica veterinária, o fundador conseguiu desenvolver uma fórmula que estivesse completamente dentro dos parâmetros de segurança para os bichinhos.
“Cresci com cães e gatos que se assustavam com fogos de artifício. Não havia opções holísticas além de medicá-los, então pensamos que poderíamos oferecer algo diferente, algo que ajudasse e também fosse divertido”, afirmou John à AFP.

O empresário acredita que a cultura de seu país foi um fator de extrema importância na aceitação do produto por parte dos tutores. Ele contou que o próximo plano é expandir a marca para outros locais, como Ásia, Estados Unidos e Reino Unido.




