Os perfis de pets que “trabalham” como influenciadores nas redes sociais não encantam apenas pela fofura.
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Segundo um estudo publicado no Journal of Advertising Research, os chamados petfluencers podem ser até mais persuasivos e confiáveis que influenciadores humanos.
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A pesquisa foi feita por cientistas das universidades de Strathclyde (Escócia), Louisville (EUA) e Edinburgh (Escócia), que analisaram como o público reage a postagens patrocinadas feitas por animais.
A equipe quis entender o que há por trás do sucesso desses perfis, que se multiplicaram nos últimos anos.
Hoje, é comum ver cachorros e gatos estrelando campanhas de grandes marcas, com milhões de seguidores fiéis e engajamento que muitas vezes supera o de celebridades humanas.
Pets passam mais sinceridade
O estudo, chamado “Petfluencers: the Fur-Mula for Sincere Endorsements”, comparou a reação de pessoas a campanhas publicitárias com pets e com humanos.
Foram feitos quatro experimentos, em laboratório e on-line, com anúncios de produtos variados, desde acessórios de moda até itens de alimentação.
O resultado mostrou que as pessoas consideraram os anúncios com animais mais sinceros e confiáveis. Para eles, isso acontece porque os pets são vistos como seres autênticos, que não têm segundas intenções.
Enquanto influenciadores humanos podem gerar desconfiança por parecerem “forçados” ou por já terem envolvimentos em polêmicas, os animais passam uma imagem mais neutra e espontânea.
Essa percepção de sinceridade influencia diretamente a decisão de compra. Segundo o artigo, quando o público sente que uma recomendação é honesta, tende a prestar mais atenção e se engajar mais com o conteúdo.
Verdadeiros “pet stars“
Os cientistas descobriram que os pets têm um poder de convencimento ainda maior quando a mensagem do anúncio é voltada ao prazer imediato, como no caso de produtos que prometem conforto, diversão ou bem-estar instantâneo.
Isso porque os animais tendem a despertar emoções ligadas ao presente: alegria, ternura e acolhimento. Já influenciadores humanos costumam estar mais associados a planos de futuro, metas ou estilos de vida a alcançar.
Em resumo, quando a campanha quer falar sobre “curtir o agora”, o pet tem muito mais vantagem.
Os autores também observaram que pessoas com maior tendência a “humanizar” seus animais, ou seja, tratá-los como membros da família e atribuir intenções humanas a eles, reagem de maneira ainda mais positiva a esse tipo de conteúdo.
O sucesso dos perfis peludos
O estudo reforça uma tendência muito clara nas redes sociais. Perfis de cães e gatos com milhões de seguidores — como o falecido Boo, que ficou famoso como “o cachorro mais fofo do mundo” por volta de 2010 — movimentam parcerias com grandes marcas e conseguem engajamento altíssimo.
Em alguns casos, esses pets se tornam verdadeiros negócios. Têm equipe de comunicação, contratos de publicidade e até linha própria de produtos.
Os pesquisadores destacam que o público tende a acreditar mais nas “recomendações” de um animal do que nas de uma pessoa, mesmo sabendo que há uma equipe humana por trás. O fator emocional parece falar mais alto.
O artigo resume que os animais transmitem uma sensação de pureza e sinceridade, o que se reflete na forma como o público percebe as mensagens publicitárias.
Fofura que engaja
Apesar do entusiasmo, os autores lembram que o efeito dos petfluencers depende do tipo de público e da forma como a campanha é feita. Pessoas que costumam “humanizar” os animais tendem a reagir melhor, mas nem todos os consumidores têm esse mesmo vínculo emocional.
Além disso, os experimentos foram realizados em ambientes controlados, o que significa que os resultados ainda precisam ser confirmados em situações reais de mercado.
Para as marcas, o recado é bem claro: incluir animais nas campanhas pode ajudar a gerar mais empatia e confiança. Para o público, o estudo serve como lembrete de que por trás de cada pet influenciador há sempre um humano gerenciando o conteúdo e, muitas vezes, um contrato comercial.
Os pets influenciadores podem até parecer mais sinceros, mas continuam fazendo parte da publicidade. A diferença é que, neste caso, quem convence é a fofura.