Menos de uma semana após a entrega da passagem subterrânea da 103 Norte completamente revitalizada, pichadores voltaram a emporcalhar as paredes do local, reacendendo o debate sobre vandalismo e segurança nos espaços públicos da capital da República
Com tinta fresca e ousadia, os criminosos deixaram um recado provocador às autoridades: “Nóis pixa e vocês pinta, vamo ver quem tem mais tinta (sic)”.
A mensagem insolente escancara o tom de deboche diante do esforço do Governo do Distrito Federal (GDF) em recuperar as travessias subterrâneas do Plano Piloto.
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A passagem da 103 Norte foi entregue no último dia 8 de outubro, após ampla reforma realizada pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap).
O investimento total foi de R$ 4 milhões, e o trabalho incluiu pintura, recomposição do piso, substituição de grelhas, manutenção da iluminação e limpeza completa — parte do projeto que prevê a recuperação de 16 passagens subterrâneas.
Veja o vandalismo cometido na passagem subterrânea:
O presidente da Novacap, Fernando Leite, classificou o episódio como lamentável e reforçou que o GDF seguirá atuando para combater o vandalismo.
“O governo Ibaneis Rocha tem investido muito na preservação da qualidade de vida e do patrimônio urbano. As passagens subterrâneas são exemplos claros de locais que sofrem com depredações — nosso trabalho é recuperá-las e evitar que sejam novamente vandalizadas”, disse.
Além das reformas, o GDF prepara novas medidas de segurança. Estão em andamento a instalação de câmeras de monitoramento e a criação de rondas regulares de vigilância, por meio de convênio entre a Novacap e a Secretaria de Segurança Pública. O objetivo é garantir manutenção constante e coibir novas ações criminosas.
“Queremos manter as passagens limpas, seguras e bem cuidadas para o cidadão”, reforçou Fernando Leite.
Enquanto o governo tenta preservar o investimento e o patrimônio público, a audácia dos pichadores mostra que o desafio está longe de acabar. A disputa simbólica — e agora declarada — entre “quem pinta” e “quem pixa” transforma as paredes das passagens da Asa Norte em campo de batalha entre o cuidado e o descaso.