A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (9/10), a segunda fase da Operação Expertise, que investiga um vasto esquema de fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro em contratos públicos das áreas de saúde e educação no Pará. A ação contou com apoio técnico da Controladoria-Geral da União (CGU).
Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva, além de medidas cautelares como bloqueio e sequestro de bens, afastamentos de servidores públicos e quebras de sigilo bancário e fiscal. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal, e o material apreendido será submetido à perícia.
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Durante o avanço das investigações, a PF flagrou um dos investigados entregando dinheiro vivo a um agente público dentro de um órgão da administração estadual. A cena reforçou as suspeitas de corrupção sistêmica já identificadas na primeira fase da operação, deflagrada em 2024.
Segundo os investigadores, o grupo criminoso direcionava licitações e simulava execuções de contratos, especialmente em convênios da saúde e educação, criando um ciclo de repasses irregulares e saques imediatos em espécie.
Desvio milionário
As apurações indicam que o esquema movimentou cerca de R$ 200 milhões em recursos públicos, provenientes de verbas federais e estaduais destinadas a serviços essenciais.
Parte dos contratos sob suspeita envolvia adesões irregulares a atas de registro de preços e execuções fictícias, em que empresas contratadas recebiam os valores sem prestar os serviços previstos.
A operação busca identificar o destino final do dinheiro e rastrear quem eram os servidores e empresários beneficiados pelos desvios.
