O presidente da Polônia, Karol Nawrocki, recusou nessa segunda-feira (30/9) a proposta do líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, para que países fechem o Mar Báltico à navegação de petroleiros russos. A declaração foi feita após o ucraniano afirmar que Moscou estaria utilizando embarcações como plataforma para lançar drones contra países da União Europeia.
“Embora a atividade russa na região seja certamente preocupante, estamos aguardando uma análise de nossas forças armadas. Tais decisões não são tomadas com base nas palavras do presidente Zelensky”, disse Nawrocki.
Durante o Fórum de Segurança de Varsóvia, no último domingo (29/9), Zelensky acusaou a Rússia de empregar navios petroleiros no Báltico para lançar drones contra Estados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Segundo ele, os incidentes representam “mais uma evidência de por que o Mar Báltico e outros mares devem ser fechados para petroleiros russos”.
Moscou rejeitou as acusações de incursões de drones russos, chamando-as de “provocações” sem provas. O Kremlin alertou que qualquer tentativa de limitar a navegação russa em águas internacionais seria considerada uma agressão e teria resposta.
Leia também
-
Zelensky acusa Rússia de usar navios no Báltico para lançar drones
-
Kremlin provoca Zelensky: “Pensamentos são sobre guerra, não paz”
-
Polônia mobiliza aeronaves após ataques russos com mísseis à Ucrânia
-
Otan lança operação após incursão de drones russos na Polônia
Ameaças de drones e “frota sombra”
Nas últimas semanas, países como Polônia, Estônia, Romênia e Dinamarca relataram incursões de drones e aviões russos em seus espaços aéreos. Enquanto governos ocidentais preferem cautela diante da falta de evidências concretas, Varsóvia foi uma das poucas capitais a afirmar categoricamente que drones russos violaram seu território.
Paralelamente, autoridades da UE discutem medidas para conter a chamada “frota sombra” da Rússia — navios usados para driblar sanções impostas às exportações de petróleo.
A proposta de criação de um “muro de drones” na fronteira leste da União também está em debate, mas o Kremlin já classificou a ideia como “um passo militarista e divisionista”.
Kiev pressiona aliados
Zelensky insiste que a Europa deve responder de forma unificada. Em mensagens recentes, destacou que a Otan e os Estados Unidos não podem se ausentar diante da escalada.
“Não há fumaça sem fogo. Uma voz unida deve responder”, afirmou.
Apesar do apelo ucraniano, a reação polonesa indica que medidas mais duras, como o bloqueio marítimo, enfrentam resistência entre aliados, em meio ao receio de aumentar a tensão direta com Moscou.