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Preço do cacau despenca e chega ao menor nível em 20 meses

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Preço do cacau despenca e chega ao menor nível em 20 meses

Depois de um ciclo de alta que durou cerca de dois anos e levou o produto a bater recordes históricos, o preço do cacau no mercado internacional despencou para o nível mais baixo em 20 meses.

Nesta semana, o cacau foi negociado em Nova York a US$ 6.150 por tonelada (o equivalente a R$ 32,8 mil, pela cotação atual).

Em dezembro do ano passado, o produto alcançou o pico de US$ 12 mil.

Em Londres, os preços recuaram 58% em relação ao pico atingido em abril de 2024, para US$ 4.262 (cerca de R$ 22,7 mil).

O que explica a queda

Segundo analistas do mercado, a queda nos preços do cacau se deve, entre outros fatores, à redução na demanda dos consumidores como resultado dos preços mais altos praticados até então.

Além disso, há expectativas por uma safra melhor por causa do clima favorável.

Cacau entrou no tarifaço

O tarifaço comercial imposto pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a grande parte dos produtos importados do Brasil pode gerar um forte prejuízo ao setor de cacau, que até aqui está fora da lista de exceções anunciada pela Casa Branca.

De acordo com estimativas da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), as perdas do segmento podem chegar a US$ 36 milhões (cerca de R$ 192 milhões, pela cotação atual).

Segundo a entidade, a tarifa adicional de 40% estipulada por Trump, somada à taxa de 10% que já havia sido anunciada em abril deste ano, praticamente inviabilizará as exportações do cacau brasileiro aos norte-americanos.

Empresários do setor seguem em contato direto com as autoridades brasileiras para que o governo negocie com os EUA a possível inclusão do cacau na lista de exceções. Até aqui, no entanto, o produto continua taxado em 50%, no total.

O otimismo aumentou no setor após a aproximação entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que conversaram nesta semana, por telefone.

Os EUA aparecem em segundo lugar na lista dos países que mais exportam cacau e seus derivados do Brasil, respondendo por 18% dos embarques. No caso da manteiga de cacau, esse percentual é de quase 100%.

No ano passado, ainda segundo os dados da AIPC, as exportações de derivados de cacau somaram US$ 72,7 milhões para os EUA. Entre janeiro e junho de 2025, o valor alcançado foi de US$ 64,8 milhões.

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