O Procon-SP anunciou, nesta quarta-feira (1º/10), a crição de um canal para receber denúncias sobre contaminação de bebidas alcoólicas por metanol no estado de São Paulo.
Os consumidores que identificarem situações de bebidas suspeitas de adulteração, seja na compra em mercados ou ao consumir no local, podem acessar o site www.procon.sp.gov.br e utilizar um atalho para formalizar uma denúncia. O consumidor poderá indicar que não quer ser identificado ao formalizar a suspeita.
A iniciativa atende a uma determinação do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) como uma das ações do governo paulista na investigação dos casos de contaminação e morte já confirmados na capital e região metropolitana de São Paulo.
Esta força-tarefa é composta pelas secretarias da Segurança, Saúde, Fazenda, Justiça e Desenvolvimento Social e órgãos vinculados, que também estão trabalhando junto a entidades representativas do varejo para ampliar o combate à sonegação e à adulteração de bebidas.
Leia também
-
Metanol: “vodca na veia” pode ser tratamento em casos de intoxicação
-
Metanol na bebida: empresário da Mooca foi 1ª pessoa a morrer em SP
-
Metanol em bebida: polícia faz nova vistoria em estabelecimentos de SP
-
Intoxicação por metanol: Unicamp aponta falta de antídotos no Brasil
Denúncias
A outra frente de atuação do Procon-SP neste momento é reforçar o eixo da informação ao consumidor, sobre cuidados para se prevenir contra produtos adulterados. Também é importante lembrar que não é possível identificar uma bebida adulterada com 100% de precisão sem uma análise laboratorial; mas, observar algumas características pode ajudar.
Confira as principais orientações para os consumidores ao comprar bebidas — e não apenas quando consumir em bares, restaurantes e similares.
- Procure estabelecimentos conhecidos ou dos quais tenha referência.
- Desconfie de preços muito baixos – no mínimo podem indicar alguma falha como sonegação e adulteração, por exemplo.
- Observe a apresentação das embalagens e o aspecto do produto: lacre ou tampa tortos ou “diferentes”, rótulo desalinhado ou desgastado, erros de ortografia ou logos com “variações”, ausência de informações como CNPJ, endereço do fabricante ou distribuidor, número do lote, e outra imperfeição perceptível.
- Ao notar alguma diferença, não fazer testes caseiros como cheirar, provar ou tentar queimar a bebida. Essas práticas não são seguras nem conclusivas.
- Fique atento a sintomas pós-consumo: visão turva, dor de cabeça intensa, náusea, tontura ou rebaixamento do nível de consciência, isso pode indicar intoxicação por metanol ou por bebida adulterada.
- Busque atendimento médico imediato: se houver qualquer sintoma suspeito, o consumidor deve procurar urgência médica sem demora.
- Comunique as autoridades competentes: Disque-Intoxicação (0800 722 6001, da Anvisa) para orientação clínica/tóxica; Vigilância Sanitária local (municipal ou estadual); Polícia (civil); Procon (órgão de defesa do consumidor); quando aplicável, outros órgãos relacionados (Ministério da Agricultura, etc.).
- Exija sempre a nota fiscal ou comprovação de origem: documento precisa ter todas as informações de identificação do fornecedor e da compra, isso ajuda na rastreabilidade do produto e é uma garantia para o consumidor em eventual reclamação.
Associação relaciona metanol usado em bebidas adulteradas ao PCC
Adobe Stock
Getty Images
Metanol na bebida: SP registrou nove casos e duas mortes em 25 dias
Getty Images
Metanol
Divulgação/Biodiesel Brasil/Agência Brasil
Metanol em bebida: após mortes, ministério faz alerta a hospitais
Reprodução/Governo
Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanol
William Cardoso/Metrópoles
Polícia de SP diz que investiga quatro casos de contaminação por metanol na capital e mais quatro na Grande SP
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
Autoridades paulistas realizam operações contra a intoxicação por metanol em bebidas
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanol
William Cardoso/Metrópoles
Nova morte investigada
O município de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, investiga se a morte de um homem, de 49 anos, ocorrida nessa terça-feira (30/9), foi causada por intoxicação por metanol em bebida.
A vítima faleceu em casa, no bairro de Rudge Ramos. A informação foi confirmada ao Metrópoles pela Secretaria Municipal de Saúde de São Bernardo.
De acordo com a pasta, até a manhã desta quarta-feira (1º/10), a Vigilância Epidemiológica havia recebido 13 notificações de suspeita por contaminação de metanol, das quais uma já foi confirmada. O município registrou ainda quatro óbitos e nove pacientes atendidos na rede hospitalar e urgência e emergência pública e privada da cidade.
Fiscalização
A Polícia Civil de São Paulo realiza, nesta quarta-feira (1º/10), mais uma vistoria em estabelecimentos comerciais para investigar a comercialização de bebidas alcoólicas contaminadas com metanol. A ação também conta com apoio da Vigilância Sanitária.
Ao todo, segundo o Procon, três locais são vistoriados pela polícia: uma distribuidora na região do Bela Vista, no centro de São Paulo, que foi interditada, e duas em Barueri, município na região metropolitana. Os endereços não foram divulgados para preservar o andamento das investigações.
Nessa terça-feira (30/9), outra operação policial fechou o bar Ministrão, localizado na Alameda Lorena, nos Jardins, bairro nobre da capital, por indicíos de venda de bebidas contaminadas com metanol.
Mais dois bares, um na Mooca, zona leste de São Paulo, e outro em São Bernardo do Campo, ABC Paulista, também foram interditados na mesma ação, segundo nota divulgada pelo governo paulista.