MAIS

    Professores da UnB anunciam paralisação contra Reforma Administrativa

    Por

    Em assembleia realizada na sede da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), os professores da instituição anunciaram uma paralisação das atividades, em 29 de outubro, em adesão à mobilização nacional contra a Reforma Administrativa.

    Os docentes devem participar da Marcha Unificada dos Servidores Públicos contra a Reforma Administrativa, prevista para a data da paralisação.

    Leia também

    A presidente da ADUnB-S.Sind, Maria Lídia B. Fernandes, afirmou que a Reforma Administrativa não apenas é uma ameaça apenas aos direitos e à estabilidade dos professores, mas também coloca em risco os serviços públicos vitais para a população brasileira.

    Preocupações

    Os docentes caracterizaram o projeto como uma reestruturação dos serviços públicos que substitui o papel social do Estado por uma lógica mercantilista e privatizante. Segundo a categoria, a proposta preocupa, pois traz impactos diretos sobre a autonomia universitária, a estrutura da carreira docente e a remuneração.

    Confira os pontos de preocupação dos professores:

    • O concurso público passa a depender de um dimensionamento prévio do quadro de pessoal e da criação de “carreiras transversais”, o que subordina a contratação de docentes a metas e resultados externos às universidades. A mudança compromete a autonomia das instituições na definição de suas próprias demandas e prioridades acadêmicas.
    • A Reforma Administrativa prevê no mínimo 20 níveis de progressão e um limite de 50% entre o salário inicial e final da carreira, retrocedendo em relação ao Acordo de Greve de 2024, que fixou 10 níveis.
    • A progressão funcional deixaria de se basear no tempo de serviço e passaria a depender de avaliações de desempenho individual e institucional, com critérios subjetivos como “presteza” e “iniciativa”. Além disso, a avaliação anual obrigatória seria requisito para progressão, promoção e manutenção da estabilidade, medida vista como uma ameaça à autonomia universitária e ao caráter acadêmico da carreira.
    • O projeto impõe cursos obrigatórios durante o estágio probatório, realizados exclusivamente na escola de governo, com critérios definidos por lei, desconsiderando a especificidade da formação e da prática docente no ensino superior.