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    Psicanalista evangélico estupra menores em consultório e na igreja

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    A Polícia Civil do Estado do Espírito Santo prendeu um psicanalista suspeito de estuprar adolescentes em seu consultório e dentro de uma igreja. O homem de 63 anos teria cometido os crimes no município de Vila Velha, na Grande Vitória.

    Conforme apontaram as investigações, uma das vítimas do homem é esquizofrênica e foi abusada aos 16 anos. Ele foi preso preventivamente no dia 24, mas as informações só foram divulgadas nessa terça-feira (30/9).

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    A investigação teve início em março, quando uma das vítimas, uma adolescente de 12 anos, contou a uma psicóloga sobre os abusos. A profissional acionou o pai da menina e, então, a ocorrência foi registrada.

    De acordo com a delegada Thais Cruz, adjunta da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), a menina contou ao homem que estava com um machucado na coxa, e ele pediu para ver a lesão. Na ocasião, ele teria aproveitado para tocar as partes íntimas da menina.

    Ainda segundo a delegada, ao perceber a reação da vítima, ele afirmou que explicaria para ela o que é um abuso sexual. “Ele tocava no seio, nas partes íntimas, dizendo que aquilo era crime e praticava o ato”, disse a delegada.

    Psicanalista e teólogo

    O suspeito usava de sua profissão e de sua religião para conquistar a confiança dos pais e das vítimas. Evangélico e formado em teologia, ele cometia os crimes durante os atendimentos que aconteciam em um escritório que funcionava dentro da casa do suspeito.

    A atuação era meticulosa, justamente para não ser pego. De acordo com a delegada, o primeiro caso teria ocorrido em 2019. À época, ele vitimou uma adolescente de 16 anos, dentro de uma igreja. A menina é esquizofrênica.

    “Ela procurou um serviço comunitário dentro de uma igreja, que ele realizava de forma gratuita, e foi atendida por ele. Nesse abuso de 2019 ele se utilizou de violência para segurar a vítima e praticar atos libidinosos”, pontuou a delegada.

    Na época um inquérito foi aberto, mas pela falta de provas o caso ficou parado por seis anos. A delegada acredita que mais denúncias podem aparecer.

    A delegada acredita que há um número maior de vítimas, muitas ainda não identificadas. Ela salienta que o homem atende em sua casa desde 2019 e, ao ser ouvido na delegacia, perguntou qual era o nome da vítima, levantando suspeitas de que existam várias.

    Na oitiva, ele negou os crimes e tentou desqualificar os relatos das vítimas, alegando que uma delas sofre esquizofrenia e por isso estaria inventando os abusos.

    Ele responderá por estupro de vulnerável e estupro qualificado. Até a mais recente atualização desta matéria, o nome do suspeito não havia sido divulgado.