Rússia e Estados Unidos começarão “sem demora” os preparativos para uma nova cúpula entre Vladimir Putin e Donald Trump, informou nesta quinta-feira (16/10) o assessor do Kremlin, Yury Ushakov. O encontro deve ocorrer em Budapeste, capital da Hungria, e marca um novo esforço diplomático entre os dois países após escalada na relação Rússia-EUA.
A declaração veio horas depois de Trump anunciar que pretende se reunir novamente com o líder russo. Segundo Ushakov, a decisão foi tomada durante o telefonema de quase duas horas e meia entre os dois presidentes — o primeiro em quase dois meses.
“As partes concordaram que representantes das duas nações começariam a trabalhar em uma nova cúpula sem demora”, afirmou o assessor, classificando a conversa como “muito útil”.
O porta-voz russo acrescentou que Moscou espera que o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, façam uma ligação nos próximos dias para acertar os preparativos da reunião.
A conversa telefônica ocorreu um dia antes do encontro entre Trump e Zelensky, previsto para esta sexta-feira (17/10) na Casa Branca. A reunião deve tratar da defesa aérea ucraniana e do apoio militar dos Estados Unidos a Kiev.
Putin e Trump se encontraram pessoalmente pela última vez em agosto, no Alasca — o primeiro encontro entre ambos desde 2019. Na ocasião, não houve avanços concretos, mas o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse que “ainda há muito que pode ser feito” com base no diálogo iniciado naquele evento.
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Reunião em Budapeste
Trump também citou Budapeste como local preferido para o novo encontro, proposta prontamente aceita por Putin. O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, confirmou a disposição do país em sediar o evento.
Paz na Ucrânia
Durante a ligação, Putin teria parabenizado Trump pelo papel na mediação do cessar-fogo na Faixa de Gaza, descrito pelo Kremlin como um “esforço de manutenção da paz elogiado em todo o mundo”. O conflito na Ucrânia, no entanto, foi o tema central do diálogo.
De acordo com Ushakov, o presidente russo reiterou o interesse em uma solução “política e diplomática pacífica” e acusou o governo ucraniano de “recorrer a métodos terroristas” contra civis e infraestrutura energética. Trump, por sua vez, destacou a necessidade de “uma paz rápida na Ucrânia” e sugeriu que o fim da guerra poderia abrir “enormes perspectivas de cooperação econômica” entre Washington e Moscou.
O Kremlin também confirmou que foi discutido o possível envio de mísseis Tomahawk à Ucrânia, pedido pelo presidente Volodymyr Zelensky. Putin teria advertido que a medida “não mudará a situação no campo de batalha, mas prejudicará significativamente as relações entre nossos países”.
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Putin e Trump no Alasca em agosto de 2025
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