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Quem é o médico condenado após “cirurgia X-Tudo” em paciente de SC

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Quem é o médico condenado após “cirurgia X-Tudo” em paciente de SC

Condenado a cinco anos de prisão em regime semiaberto por lesão corporal contra a neuropsicopedagoga Letícia Mello, o médico Marcelo Evandro dos Santos acumula três processos administrativos no Procon de Santa Catarina.

O médico de Florianópolis foi condenado por um erro que deixou a paciente com 30% do corpo queimado. O Procon destaca que cada processo é oriundo de diferentes reclamações formais de pacientes lesadas pelo profissional. Segundo o órgão, os três processos tramitaram e, sem solução, foram inscritos em dívida ativa.

Nas redes sociais, Marcelo tem mais de 36 mil seguidores e detalha ter feito mais de 15 mil procedimentos cirúrgicos. O profissional se define como referência em procedimentos nas mamas, abdômen e lipo UGraft.

O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) renovou a interdição cautelar que impede Santos de exercer a profissão, além de um processo em andamento na Corregedoria do órgão. Ele atendia pacientes na capital catarinense e também em Itajaí. De acordo com o Procon, o médico também respondeu pela morte de uma paciente em Curitiba, em 2012.

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Letícia Mello, influenciadora que teve 30% do corpo queimado após procedimento estético

Reprodução/ @eusouleticiamello
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Médico Marcelo Evandro dos Santos, condenado a cinco anos após lesão corporal

Reprodução/Instagram

 

“Cirurgia X-Tudo”

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) definiu o procedimento realizado em Letícia Mello como “X-Tudo”, que é quando várias intervenções são realizadas de forma simultânea para fins estéticos.

Nas redes sociais, ela publicou a sentença de Marcelo e fez um desabafo sobre tudo que passou durante o processo de recuperação. A influenciadora pontuou que ficou cerca de 20 dias sob os cuidados de Marcelo após o procedimento estético.

“Eu fiquei 20 dias praticamente ‘necrosada’ sob os cuidados médicos de um cidadão. Depois desses 20 dias, eu fui encaminhada para uma outra equipe médica, o qual passei por seis procedimentos cirúrgicos para poder estar viva falando aqui com vocês hoje. E desde que eu saí de lá, eu decidi que eu não iria me calar. Quando eu estava internada, eu descobri que o que aconteceu comigo realmente foi muito grave, mas não tinha sido só comigo”, disse Letícia.

Em nota, a defesa de Marcelo salientou que não foi assegurado ao médico o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. Os advogados alegam que não foi permitida a realização de perícia médica com especialistas da área de atuação. Os representantes afirmam, ainda, que foi realizado um laudo independente, o qual identificou falhas técnicas e inconsistências no laudo oficial.

Veja nota completa:

“A defesa do médico Marcelo Evandro dos Santos recebeu com serenidade a recente decisão proferida pela justiça de primeiro grau, ainda que não concorde com os fundamentos adotados. Indubitavelmente, o caso será levado ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina, onde serão devidamente rebatidos todos os pontos da condenação.

Desde o início, a defesa tem sustentado que não foi assegurado ao médico o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa, pois não lhe foi permitida a realização de perícia médica com especialistas da área específica de atuação. A condenação baseia-se em laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP), órgão que, embora relevante, não detém a expertise técnica necessária para avaliar uma situação clínica tão complexa.

Por essa razão, foi produzido um contra laudo independente, elaborado por um dos mais renomados peritos de Santa Catarina, o qual identificou falhas técnicas e inconsistências no laudo oficial, demonstrando que a paciente apresentava um fator genético pré-existente, que durante o ato cirúrgico, evoluiu para doença sintomática, responsável pelas complicações equivocadamente atribuídas à conduta do médico.

Vale destacar, que, após os fatos em questão, diversos órgãos revisaram protocolos e diretrizes médicas, justamente para incluir a devida consideração desse fator genético, em situações semelhantes, reconhecendo a importância desse fator na avaliação médica e pericial.

Importante ressaltar que o médico não apresenta qualquer condenação anterior, e possui registro de especialista em Cirurgia Plástica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), uma das instituições médicas mais respeitadas do país. O procedimento foi realizado em ambiente hospitalar certificado, seguindo as normas técnicas e sanitárias.

Cumpre à defesa destacar que o processo tramita sob segredo de justiça, e que a divulgação indevida de informações processuais já foi levada ao conhecimento das autoridades competentes, para que sejam adotadas as medidas cabíveis de responsabilização e reparação. A exposição pública de fatos protegidos por sigilo judicial viola direitos fundamentais e compromete a integridade do devido processo legal.

O Dr. Marcelo lamenta profundamente o ocorrido com a paciente, solidarizando-se com a mesma e seus familiares, sem deixar de reafirmar que agiu dentro dos parâmetros técnicos e científicos reconhecidos pela medicina. A defesa reitera sua confiança na Justiça e na absolvição do Dr Marcelo”.

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