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Quem é o youtuber condenado a pagar R$ 50 mil por “pegadinhas”

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Quem é o youtuber condenado a pagar R$ 50 mil por “pegadinhas”

O humorista e influenciador Rafael Francisco Cavalcanti da Silva (foto em destaque), conhecido na internet como Rafael Chocolate, foi condenado pela Justiça de Pernambuco a pagar R$ 50 mil em indenizações por danos morais a duas pessoas que foram alvo de “pegadinhas” publicadas no canal dele no YouTube.

Com mais de 5,3 milhões de inscritos no YouTube e 971 mil seguidores no Instagram, Rafael ficou conhecido por vídeos de humor em que aborda desconhecidos nas ruas do Grande Recife, muitas vezes com duplo sentido e situações constrangedoras.

O canal, ativo há pelo menos oito anos, acumula dezenas de “trolagens”. O vídeo mais antigo, “Trolando nas quebradas – Pegadinha do Toba 01”, foi publicado em janeiro de 2017 e ultrapassa 272 mil visualizações. Nele, o humorista faz comentários de conotação sexual e debocha de mulheres e outros pedestres.

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Rafael Francisco Cavalcanti da Silva

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Rafael Francisco Cavalcanti da Silva

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Rafael Francisco Cavalcanti da Silva

Reprodução/Redes sociais

Entre as séries mais conhecidas do canal de Rafael Chocolate estão “Corno Assumido”, em que ele cola cartazes com frases constrangedoras nas costas de desconhecidos; “Cego com pepino”, em que finge ter deficiência visual e faz gestos obscenos; e “Baitola engasgado”, em que simula um engasgo e reage de forma caricata enquanto outra pessoa o ajuda.

Em outras produções, o youtuber participa de colaborações com colegas de canais de humor, como o “Atropelamento”, em que um dos parceiros finge ter sido atingido por um carro.

Pegadinhas que geraram processos

A primeira condenação, de R$ 30 mil, foi definida pela 7ª Vara Cível da Capital em setembro deste ano, em um processo que já transitou em julgado, ou seja, não cabe mais recurso. O caso se refere a uma gravação em que Rafael coloca baldes na cabeça de pedestres, sem aviso, enquanto filma as reações.

Um dos alvos, um jovem de 25 anos, relatou ter desenvolvido ansiedade, síndrome do pânico e esquizofrenia após a repercussão do vídeo, gravado em 2019 na Avenida Conde da Boa Vista, no centro do Recife. Mesmo com o rosto borrado, ele contou ter sido reconhecido por colegas e passou a sofrer constrangimentos.

A Justiça determinou, além do pagamento da indenização, a remoção do vídeo, sob pena de multa diária. Segundo a advogada de Rafael, Larissa Moura, o trecho com a imagem da vítima foi retirado do ar em 2021, quando o influenciador foi notificado sobre o processo. O Metrópoles não conseguiu contato com a defesa da vítima. O espaço aberto para manifestação.

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O segundo processo envolve o comerciante senegalês Modou Lo, que trabalhava no Centro do Recife quando foi filmado em outra “pegadinha”. No vídeo, uma atriz contratada senta no colo dele, enquanto o influenciador grava as reações. A gravação soma quase 8 milhões de visualizações.

De acordo com a denúncia, a exposição causou humilhação pública e prejuízos financeiros a Modou, que chegou a fechar o ponto de trabalho após ser reconhecido. A Justiça entendeu que o borrão aplicado no rosto das vítimas não foi suficiente para impedir a identificação e determinou o pagamento de R$ 20 mil em indenização.

A defesa de Rafael alegou que o trecho foi removido e que os participantes costumam autorizar a divulgação das imagens, embora alguns se arrependam depois. O processo ainda segue em tramitação, pois a defesa recorreu da decisão.

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