Os três presos na operação Última Fase são apontados pela Polícia Federal (PF) como lideranças do grupo envolvido em fraudes em concursos públicos em vários estados do país.
Foram presos Wanderlan de Sousa, Thyago de Andrade e Laís Araújo.
A investigação da PF apura fraudes no Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) de 2024 e em certames das Polícias Civis de Pernambuco e Alagoas, da Universidade Federal da Paraíba, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.
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“Eles dominam e conduzem as práticas delituosas tanto na fraude direta com o fornecimento de ponto eletrônico e as respostas no momento em que realizadas as provas dos concursos, quanto por meio da contratação de terceira pessoa para que se apresente como o candidato (fraude por meio de falsificação de documentos), ou ainda por meio da obtenção da própria prova mediante suborno”, diz trecho da decisão que autorizou as prisões.
Como mostrou a coluna, a PF mapeou os métodos do grupo para fraudar os concursos. Um deles envolve o uso de pontos eletrônicos que são instalados e extraídos com o apoio de um médico.
Além disso, como mostra a decisão, o grupo falsificava documentos para que uma pessoa pudesse fazer a prova no lugar do real inscrito.
Sobre Thyago Andrade, a decisão ainda aponta que é o responsável pelo “controle financeiro e operacional” do grupo e teria acesso a um “staff de especialistas” para falsificar documentos e subornar seguranças dos locais de prova para substituir os candidatos.
Já sobre Lais Araújo, a decisão afirma que a quebra do sigilo telemático mostrou que uma “farto material” relacionado a “inúmeras outras fraudes, pagamentos pelo serviço ligando as ações aos contratantes e demais detalhes da ação criminosa.”
A PF classificou Laís como uma “reincidente contumaz” uma vez que já se envolveu em outras fraudes de concursos.
Somente em 2022, diz a decisão, seriam três casos de concursos fraudados em que ela teve algum tipo de envolvimento.
“A atuação de Laís, nesta avaliação inicial, é espraiada e atinge desde o recolhimento e cobrança de valores a outras atividades e, pelo que foi revelado no acesso aos dados telemáticos dela, participou de várias fraudes”, diz a decisão.