O restaurante Jamile, onde um desabamento matou uma cozinheira e feriu outrps cinco funcionários, não tinha autorização para realizar obras, segundo a Prefeitura de São Paulo. Três pedidos de licença foram negados para o imóvel por falta de documentos.
De acordo com a Subprefeitura Sé, um pedido de licença para obra foi protocolado em 2012 e indeferido por falta de documentação exigida. “Em 2015 e 2019, novas solicitações foram apresentadas e indeferidas pelo mesmo motivo. Em 2020, o processo foi encerrado. Em 2021, houve o encerramento definitivo do caso, sendo necessário abrir novo processo para a realização de qualquer obra”, informou a pasta.
Imagens registradas pelo Google Street View mostram que o restaurante passou por reformas nos últimos anos, com adição de pelo menos um andar, como é possível ver pela parte externa. Entre novembro de 2017 e maio de 2018, surge um rooftop no imóvel. Veja:
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Imóvel onde fica restaurante Jamile, em novembro de 2017
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O mesmo imóvel em maio de 2018; um rooftop surge no alto
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Imóvel de restaurante Jamile entre 2017 e 2018
Reprodução/Google Street View
O restaurante foi inaugurado em 2015 e funciona em um prédio antigo . No salão principal, as mesas dividem espaço com a cozinha de finalização, aberta e visível aos clientes. No primeiro andar, estão a cozinha, o depósito e a área administrativa. O segundo é um rooftop dedicado a festas e eventos.
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Explosão com desabamento de teto
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Explosão com desabamento de teto
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Corpo de Bombeiros/Reprodução
Ainda segundo a Prefeitura, por se tratar de um processo antigo, ele não está digitalizado. “A Subprefeitura abriu uma apuração interna para levantar em detalhes o que motivou o indeferimento dos pedidos de obra e quais medidas de fiscalização foram adotadas à época. Qualquer constatação antes dessa análise completa de documentos pode ser precipitada”, afirmou a gestão municipal.
O Jamile possui licença de funcionamento válida, emitida em 2022, e licença sanitária vigente da Secretaria Municipal da Saúde, de acordo com a Prefeitura. Após o desabamento ocorrido na última quarta-feira (8/10), às 12h25, a Defesa Civil fez vistoria e interditou o restaurante por risco de colapso. Imóveis vizinhos não foram atingidos.
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O Metrópoles tentou contato com o Jamile por telefone, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.
Na última publicação nas redes sociais, o restaurante disse que está oferecendo apoio psicológico a todos os colaboradores impactados pelo ocorrido. “Em relação à vítima, Suênia Maria Tomé Bezerra, o restaurante se responsabilizou por todo o suporte necessário, incluindo o translado do corpo para a Paraíba e assistência completa aos familiares”, afirmou.