A megaoperação deflagrada contra o Comando Vermelho (CV), na última terça-feira (28/10), não ficou marcada apenas pela letalidade recorde, 121 mortos, segundo a Polícia Civil. A ação também deixou policiais feridos. Um deles é o delegado Bernardo Leal Annes Dias, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), que precisou ter uma das pernas amputada após ser atingido por criminosos.
Bernardo foi baleado durante a troca de tiros na Penha, quando equipes tentavam avançar pela área de mata que divide os complexos do Alemão e da Penha. O disparo rompeu a artéria femoral, provocando uma hemorragia severa.
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Ele foi socorrido por colegas ainda sob fogo cruzado, o momento chegou a ser registrado em vídeo, e levado às pressas para o Hospital Getúlio Vargas.
Os médicos realizaram uma cirurgia de emergência. A equipe conseguiu salvar sua vida, mas não foi possível preservar a perna ferida. O delegado permanece internado em estado grave.
Quem é o delegado Bernardo Leal
Bernardo Leal Annes Dias é um investigador experiente da DRE. Respeitado entre colegas, ele atua há anos em operações de combate ao tráfico de drogas e foi um dos policiais responsáveis por investigações que mapearam o avanço da facção nas comunidades do Rio.
Com perfil operacional, Bernardo integrava o grupo da linha de frente da Operação Contenção, responsável pela perseguição a chefes da facção que estavam reunidos na região.
No início da noite de quarta (30/10), o HemoRio lançou uma campanha de doação de sangue para o delegado, devido à grande perda sanguínea. O órgão informou que o volume de doações é fundamental para sua recuperação.
Quatro policiais, dois civis e dois militares do Bope, morreram na operação. Todos foram homenageados como heróis pelas forças de segurança.



Delegado Bernardo Leal Annes Dias
Reprodução/Redes sociais 
Quatro policiais mortos durante megaoperação no Rio
Reprodução/Redes sociais
Os policiais civis foram mortos durante a megaoperação contra o CV
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A operação
A ação da última terça mobilizou cerca de 2,5 mil policiais. O objetivo era prender lideranças do Comando Vermelho que coordenavam ações criminosas em diferentes estados do país. Ao todo, 113 suspeitos foram detidos e 118 armas foram apreendidas, entre elas 91 fuzis.
A operação é considerada o maior golpe da história contra o CV pelo governo do estado


