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    Saiba quem é Tagliaferro, ex-assessor de Moraes detido na Itália

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    Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi conduzido, nesta quarta-feira (1º/10), a uma delegacia de polícia da Itália. Tagliaferro é considerado foragido e está com pedido de extradição para o Brasil em aberto.

    Informações preliminares são de que a polícia o teria levado à delegacia para que ele, formalmente, desse esclarecimentos sobre uma medida cautelar, que seria impedimento para deixar a cidade onde está na Itália.

    4 imagensReunião da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) para ouvir o perito digital e ex-servidor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Eduardo TagliaferroMinistro do Supremo Tribunal Federal (STF Alexandre de Moraes e ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Eduardo TagliaferroEduardo Tagliaferro prestou depoimento ao Senado FederalFechar modal.1 de 4

    Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes, foi detido na Itália; advogado relata detalhes

    Reprodução / Redes sociais2 de 4

    Reunião da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) para ouvir o perito digital e ex-servidor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Eduardo Tagliaferro

    Lula Marques/Agência Brasil3 de 4

    Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF Alexandre de Moraes e ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Eduardo Tagliaferro

    Arte/Metrópoles4 de 4

    Eduardo Tagliaferro prestou depoimento ao Senado Federal

    Reprodução / YouTube

    O advogado do ex-assessor, Eduardo Kuntz, informou ao Metrópoles que ainda não há confirmação de que a detenção esteja relacionada com o processo de extradição.

    Denúncia na PGR

    Em agosto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra Tagliaferro pelos crimes de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação que envolva organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Ele já havia sido indiciado pela Polícia Federal (PF) em abril.

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    O ministro Alexandre de Moraes determinou, na semana passada, que Tagliaferro seja notificado por edital, já que o oficial de Justiça não conseguiu localizá-lo em endereço informado no Brasil. O ex-assessor de Moraes é considerado foragido na Itália e, em agosto, teve um pedido de extradição enviado ao Ministério da Justiça pelo magistrado. Ele está com as contas bloqueadas por determinação do ministro.

    Tagliaferro é suspeito de ter vazado mensagens trocadas entre servidores de Moraes no STF e no TSE para o jornal Folha de S. Paulo. Segundo a PGR, ele teria repassado informações sigilosas, incluindo petições e diálogos internos de servidores ligados ao ministro.

    Acusações a Moraes

    O ex-assessor de Moraes acusa o magistrado de fraudar relatórios para justificar uma operação contra empresários bolsonaristas em 2022. Tagliaferro trabalhou na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE entre agosto de 2022 e julho de 2023, período no qual a Corte foi presidida por Moraes. Ele tem feito uma série de acusações contra o ministro, que nega irregularidades.

    No início de setembro, Tagliaferro participou da Comissão de Segurança Pública do Senado, de forma remota. Na ocasião, o ex-assessor falou sobre as acusações que envolvem uma suposta fraude processual atribuída ao magistrado e uma possível atuação fora do processo do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

    O ex-assessor foi entrevistado pelo Metrópoles. Veja o que ele disse:

    Em resposta, Moraes rechaçou as informações de Tagliaferro. O ministro alega que, durante as investigações referentes aos inquéritos batizados de “Fake News” e “milícias digitais”, os relatórios apenas descreviam as “postagens ilícitas realizadas nas redes sociais, de maneira objetiva, em virtude de estarem diretamente ligadas às investigações de milícias digitais”.

    O texto argumenta ainda que todos os procedimentos “foram oficiais” e “regulares” e contaram com integral participação da PGR.