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    Se houve racismo, cabe demissão, diz prefeito sobre Esquerdogata

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    O prefeito de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, afirmou que caso for constatado crime de injúria racial, atribuído por um policial militar a Aline Bardy Dutra, a Esquerdogata, ela será demitida da rede municipal de ensino da cidade. Como mostrado pelo Metrópoles, ela foi presa no último sábado (25/10) após se aproximar de PMs, que finalizavam uma ação de fiscalização, e supostamente ter afirmado: “um preto querendo foder outro preto”.

    Após isso, a influenciadora — que é professora —  passou a ofender os policiais, desacatando-os com afirmações preconceituosos sobre cultura e condição socioeconômica.

    “A lei é clara, em casos de discriminação racial ou conduta escandalosa, mesmo fora do ambiente de trabalho, quando há reflexos sobre a função pública, cabe a demissão”, afirmou o prefeito Ricardo Silva (PSD).

    Ele ainda determinou uma apuração que garantirá à professora “o direito ao contraditório e à ampla defesa”.

    6 imagensAline Bardy Dutra é comunicadora, professora e militante política"Esquerdogata", como é conhecida, posta conteúdos sobre políticaInfluenciadora foi presa por suposto desacato contra PMsAline Bardy Dutra, a Esquerdogata, foi presa suspeita de desacatar PM em SPAline Bardy Dutra, a Esquerdogata, foi presa suspeita de desacatar PM em SPFechar modal.1 de 6

    Influenciadora Esquerdogata tem mais de 800 mil seguidores

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    Aline Bardy Dutra é comunicadora, professora e militante política

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    “Esquerdogata”, como é conhecida, posta conteúdos sobre política

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    Influenciadora foi presa por suposto desacato contra PMs

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    Aline Bardy Dutra, a Esquerdogata, foi presa suspeita de desacatar PM em SP

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    Aline Bardy Dutra, a Esquerdogata, foi presa suspeita de desacatar PM em SP

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    Dez licenças e 80 faltas

    O Metrópoles revelou que, desde 2023, ela conseguiu ao menos dez licenças, das quais nove remuneradas e, a mais recente, sem receber salário, com validade até 2027. O prefeito de Ribeirão Preto afirmou ainda que a professora conta com 80 faltas injustificadas em seu histórico funcional.

    Durante o período de afastamento, ela manteve seu canal ativo na rede social, onde chegou a ter 883 mil seguidores. Desde a repercussão do caso, quase 100 mil perfis deixaram de segui-la, até o fim da tarde dessa quinta-feira (30/10).

    Vídeo

    A defesa de Aline afirmou ao Metrópoles, em nota, que a influenciadora pretende pedir desculpas pessoalmente ao policial militar a quem dirigiu ofensas de cunho racial, econômico e cultural.

    Aline Bardy já foi condenada em um processo, também por desacato e desobediência contra PMs, conforme registros do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

    Influenciadora mentiu sobre cargo

    Apesar de afirmar trabalhar para o governo federal nos vídeos feitos pelos policiais militares durante a prisão no sábado, a Secretaria de Comunicação (Secom) negou que Aline integre ou já tenha integrado o quadro de funcionários da pasta.

    A influenciadora diz em sua fala, especificamente, que atua como assessora na Secom do governo. No boletim de ocorrência obtido pelo Metrópoles também consta que ela se identificou como “funcionária pública federal”.

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    Aline é professora de Educação Básica 1 na Secretaria Municipal da Educação de Ribeirão Preto, da qual está de licença não remunerada de três anos desde junho de 2024.

    Quem é a Esquerdogata

    Comunicadora, professora e militante, Aline Bardy Dutra, conhecida como Esquerdogata, acumula milhares de seguidores nas redes sociais e, segundo ela própria, é considerada referência em análises críticas, conteúdos políticos e debates polêmicos.

    Em seu perfil no Instagram, ela pública vídeos com temas variados, desde tráfico de drogas, saúde pública, mercado financeiro a rombo de contas públicas.

    A Esquerdogata também possui uma loja de roupas e copos que, de acordo com ela, nasceu do desejo de fortalecer a luta coletiva, “levando adiante a mensagem da esquerda de forma criativa, acessível e autêntica”.