Condenado duas vezes por antissemitismo em 2023, o ex-vereador Adilson Amadeu (União) foi nomeado para o cargo de assessor especial do gabinete do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), nesta quinta-feira (15/10).
Adilson foi alvo de um processo de racismo contra judeus em razão de áudios enviados a um grupo de amigos no WhatsApp em 2020. Na ocasião, ele afirmou que os judeus querem “que todo mundo quebre”.
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O caso levou à condenação do então vereador, na primeira e na segunda instância, a 2 anos e 6 meses de prisão em regime aberto, e ao pagamento de uma multa de 13 salários mínimos pelo crime de racismo por falas sobre a comunidade judaica.
“É uma puta de uma sem-vergonhice, que eles querem que quebre todo mundo, para todo mundo ficar na mão, do grupo de quem? Infelizmente também os judeus, quando eu tô até respondendo um processo, porque quando entra [o Hospital Israelita] Albert Einstein, grupo Lide, é que tem sem-vergonhice grande, grande, sem-vergonhice de grandeza que eu nunca vi na minha vida”, afirmou Amadeu no áudio.
No processo, a defesa de Amadeu afirma que o alvo do comentário não foi a comunidade judaica, e sim a gestão do governo estadual e do governo federal durante a pandemia.
Os advogados argumentaram, ainda, que o áudio foi enviado em um grupo privado que o vereador tinha com amigos de infância e que ele pediu desculpas para a Federação Israelita de São Paulo em abril de 2022.
O ex-vereador já havia sido condenado em 2022 por injúria racial após ataques antissemitas ao também vereador Daniel Annenberg (PSDB) em uma sessão na Câmara Municipal de São Paulo. Amadeu xingou o colega de “judeu filho da p***” e “judeu b****”.
Ao Metrópoles, a Prefeitura de São Paulo disse que “a pena no caso relacionado ao sr. Adilson Amadeu foi prescrita, portanto, não há impedimento para ele ocupar o cargo”. A gestão ainda disse que “ele será lotado na Secretaria Especial de Relações Institucionais, dada a sua experiência política, conforme apostilamento publicado no Diário Oficial”.