Sandro Rogério Pardini, subsecretário de Gestão e Tecnologia de Praia Grande, no litoral de São Paulo, pediu exoneração do cargo, informou a defesa dele nesta sexta-feira (3/10).
Pardini é investigado por suposta participação no assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, que era secretário de Administração de Praia Grande quando foi morto a tiros no município da Baixada Santista, em 15 de setembro.
Na última segunda-feira (29/9), Pardini foi alvo de uma busca e apreensão. No endereço dele, a polícia apreendeu quantias de R$ 50 mil, US$ 10,3 mil e 1,1 mil euros, além de um celular, dois notebooks, dois pen-drives, um computador e três pistolas.
“A decisão [pela exoneração] foi tomada de forma ponderada e responsável, com o propósito exclusivo de direcionar todos os seus esforços ao pleno esclarecimento dos fatos que, por ora, envolvem o seu nome, bem como dedicar-se integralmente ao cuidado e amparo de sua família neste delicado momento”, afirmou a defesa do investigado.
Os advogados destacaram ainda que reafirmam, “com absoluta convicção, que o Sr. Sandro Pardini não possui qualquer envolvimento, direto ou indireto, com o trágico evento ocorrido no dia 15 de setembro de 2025”.
Em nota, a defesa afirma que Pardini está “à total e irrestrita disposição das autoridades competentes” e que “atuará sempre de forma ativa, transparente e diligente para que a conclusão da apuração dos fatos ocorra com a máxima brevidade possível”.
Procurada à época da busca e apreensão, a Prefeitura de Praia Grande afirmou que “mantém contato constante com a Polícia Civil e está colaborando integralmente com as investigações, fornecendo imagens, informações e demais materiais solicitados”.
“A administração municipal não recebeu qualquer comunicação oficial sobre buscas e apreensões relacionadas à operação mencionada, mas reforça que permanece à disposição das autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos necessários”, disse.
A prefeitura foi procurada novamente, nesta sexta, mas não retornou até a publicação desta reportagem.
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo
Divulgação/Alesp
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo
Divulgação/Prefeitura de Praia Grande
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo
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Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo
Reprodução/Prefeitura de Praia Grande
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo
Divulgação/Polícia Civil
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil de SP
Divulgação/Polícia Civil de SP
Prisões e morte de suspeito
Até o momento, quatro pessoas foram presas e três seguem foragidas. Os detidos são William Silva Marques, dono da casa usada como QG do crime; Rafael Marcell Dias Simões, conhecido como Jaguar e apontado como um dos atiradores; Dahesley Oliveira Pires, acusada de ser a pessoa que buscou o fuzil no litoral paulista; e Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como Fofão, que teria sido responsável por dar carona para um dos criminosos fugir da cena do crime.
Umberto Alberto Gomes, cujas impressões digitais foram localizadas em um imóvel em Mongaguá, que teria sido utilizado pela quadrilha antes do crime, foi morto em confronto com a polícia no Paraná. Ele era apontado como um possível atirador.
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Execução de ex-delegado
A polícia usa imagens de câmeras de segurança para entender a dinâmica do crime que vitimou o ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, no dia 15 de setembro.
Um vídeo obtido pelo Metrópoles mostra o momento em que os criminosos dera início à emboscada. Eles estacionaram um carro em uma rua próxima da Prefeitura de Praia Grande, onde a vítima trabalhava como titular da Secretaria de Administração, às 18h02.
Outras imagens mostram o momento em que o delegado bate o carro em um ônibus e é alvo de fuzilamento.
Veja:
Após 14 minutos, o veículo de Ruy Fontes aparece na gravação, passa ao lado dos criminosos e é alvo de tiros. Ruy tenta fugir, mas é perseguido, bate o carro em um ônibus após cerca de 2,5 quilômetros e é executado.
Nenhuma linha de investigação descartada
Autoridades da SSP não descartam a participação de agentes públicos na execução de Ferraz. Além de ter sido inimigo número 1 do PCC quando atuava como delegado, Ruy Ferraz tinha inimizades dentro da polícia e trabalhava como secretário de Administração em Praia Grande, onde pode ter contrariado interesses locais. Oficialmente, nenhuma hipótese é descartada pela cúpula da SSP.
Internamente na Polícia Civil, a ação tem sido comparada à execução do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, inimigo do PCC morto com 10 tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. De acordo com as investigações, três PMs teriam sido contratados pela facção para executar o crime.
Entre as linhas de investigação sobre o mando do crime, a força-tarefa acredita em uma possível vingança do PCC. Ruy Ferraz foi o primeiro delegado a investigar a facção no estado, no começo dos anos 2000, e atuou na transferência de algumas das principais lideranças para presídios federais de segurança máxima, como Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Reprodução/Câmera de segurança
A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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A execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
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O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Valentina Moreira/Metrópoles
O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Valentina Moreira/Metrópoles
O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Valentina Moreira/Metrópoles
O velório do ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes
Valentina Moreira/Metrópoles
Quem era Ruy Ferraz
- Ruy Ferraz Fontes atuou por mais de 40 anos Polícia Civil de São Paulo e era especialista na facção criminosa PCC.
- Ele iniciou a carreira como delegado de polícia titular da Delegacia de Polícia do Município de Taguaí, do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter) 7.
- Durante a vida profissional, foi delegado de polícia assistente da Equipe da Divisão de Homicídios do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
- Também atuou como delegado de polícia titular da 1ª Delegacia de Polícia da Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
- Além disso, Ferraz foi delegado de polícia titular da 5ª Delegacia de Polícia de Investigações Sobre Furtos e Roubos a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e comandou outras delegacias e divisões na Capital.
- O então secretário de Administração de Praia Grande também esteve à frente da Delegacia Geral de Polícia do Estado de São Paulo e foi Diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).
- Ele ainda foi professor assistente de Criminologia e Direito Processual Penal da Universidade Anhanguera e atou como professor de Investigação Policial pela Academia da Polícia Civil do Estado de São Paulo (Acadepol).
- Ruy assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande em janeiro de 2023, permanecendo na gestão que se iniciou em 2025, até ser morto nessa segunda-feira.
- O policial também foi o primeiro delegado a investigar a atuação do PCC no estado, enquanto chefiava a Delegacia de Roubo a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), no início dos anos 2000.
- Ele foi jurado de morte por Marco William Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder máximo do PCC, em 2019, após o criminoso ser transferido para o sistema penitenciário federal.
