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Tagliaferro, ex-assessor de Moraes, é levado a delegacia na Itália

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Tagliaferro, ex-assessor de Moraes, é levado a delegacia na Itália

Com pedido de extradição em aberto, Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, foi conduzido a uma delegacia pela polícia italiana, nesta quarta-feira (1º/10). O advogado de defesa de Tagliaferro informou que ainda não sabe quais procedimentos serão adotados.

Informações preliminares são de que a polícia o teria levado à delegacia para informar formalmente de uma cautelar, que seria de impedimento de deixar a cidade onde está na Itália.

Tagliaferro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República pelos crimes de violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Ele é suspeito de ter vazado mensagens trocadas entre servidores de Moraes no STF e no TSE para a Folha de S. Paulo. Tagliaferro já havia sido indiciado pela Polícia Federal (PF) em abril. Segundo o PGR, ele teria repassado informações sigilosas, incluindo petições e diálogos internos de servidores ligados ao ministro.

Ele é considerado foragido na Itália e teve um pedido de extradição enviado por Moraes em agosto ao Ministério da Justiça. O ex-assessor está com as contas bloqueadas por determinação do ministro.

Acusações

Tagliaferro acusa o magistrado de fraudar relatórios para justificar uma operação contra empresários bolsonaristas em 2022. Tagliaferro trabalhou na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre agosto de 2022 e julho de 2023, período em que a Corte foi presidida por Moraes. Ele tem feito uma série de acusações contra o ministro, que nega irregularidades.

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No início de setembro, Tagliaferro participou da Comissão de Segurança Pública do Senado, de forma remota, em sessão no mesmo dia do início da fase final do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que o condenou a 27 anos e 3 meses de prisão em ação penal por suposta tentativa de golpe, relatada por Moraes.

Na ocasião, o ex-assessor falou sobre as acusações que envolvem uma suposta fraude processual atribuída ao ministro Alexandre de Moraes e uma possível atuação fora do processo do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Veja o que o ex-assessor de Moraes disse ao Metrópoles:

O que diz Alexandre de Moraes sobre as acusações

Nessa quarta-feira (3/9), Moraes se manifestou sobre as afirmações feitas pelo ex-assessor. Em nota enviada à imprensa por sua assessoria, Moraes rechaça as informações de Tagliaferro. O ministro afirma que, durante as investigações referentes aos inquéritos batizados de “Fake News” e “milícias digitais”, os relatórios apenas descreviam as “postagens ilícitas realizadas nas redes sociais, de maneira objetiva, em virtude de estarem diretamente ligadas às investigações de milícias digitais”.

O texto argumenta ainda que todos os procedimentos “foram oficiais” e “regulares” e ainda contaram com integral participação da PGR.

Em relação à Petição (PET) 10.543, que trata de apuração de possível financiamento de notícias fraudulentas, discurso de ódio e de ataques orquestrados às instituições públicas e às urnas, a nota do gabinete de Moraes argumenta que o procedimento também seguiu os ritos legais.

“Na PET 10.543, o procedimento foi absolutamente idêntico. Após a decisão do Ministro relator, em 19 de agosto, foi solicitado relatório para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que foi juntado aos autos no dia 29 de agosto, tendo sido dada vista imediata às partes. O recurso da PGR não foi conhecido pelo STF, em 9 de setembro. Tudo regular e oficialmente nos autos”, diz a nota de Moraes.

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