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Trump afirma que cessar-fogo em Gaza segue em vigor

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Trump afirma que cessar-fogo em Gaza segue em vigor

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o cessar-fogo em Gaza continua em vigor, após uma série de ataques israelenses que mataram pelo menos 45 pessoas no território palestino nesse domingo (19/10), em resposta a ofensivas do Hamas, segundo Israel, que acusa o grupo palestino de violar a trégua.

“Sim, está em vigor”, disse Trump a jornalistas a bordo do avião presidencial, ao ser questionado sobre o cessar-fogo que ele ajudou a negociar. O presidente também sugeriu que os líderes do Hamas não estão envolvidos nas supostas violações da trégua e culpou “alguns rebeldes dentro do movimento”.

Os enviados americanos Steve Witkoff e Jared Kushner chegaram nesta segunda-feira (20/10) a Israel para discutir com autoridades locais a situação em Gaza, segundo um porta-voz da embaixada dos EUA.

O ponto de passagem de Kerem Shalom, entre Israel e a Faixa de Gaza, foi reaberto nesta segunda após os ataques israelenses ao território palestino, informou um responsável da segurança israelense.

No domingo, Israel havia anunciado a suspensão da entrada de ajuda humanitária em Gaza “até nova ordem” e acusou o Hamas de violar o cessar-fogo.

“É como se a guerra tivesse recomeçado. Esperávamos que o acordo fosse respeitado, mas nada é respeitado. Os bombardeios se intensificaram consideravelmente, casas, tendas e uma escola foram atingidas. O sangue voltou a correr”, lamentou Abdallah Abou Hassanein, 29, em Bureij (centro).

“Como vocês sabem, eles têm sido bastante turbulentos”, disse Trump no domingo a respeito do Hamas. “Eles dispararam tiros, e achamos que seus líderes talvez não estejam envolvidos nisso.”

Segundo um responsável israelense, o Hamas atirou contra tropas em Rafah (sul), e combatentes palestinos que se aproximaram de zonas de controle israelense em Beit Lahia, no norte, foram “eliminados em um ataque”.

Em um comunicado, o Hamas afirmou não ter “conhecimento de incidentes ou confrontos” em Rafah e reafirmou seu “compromisso total com a implementação de tudo o que foi acordado, em primeiro lugar o cessar-fogo”.

Combatentes do Hamas atacaram um grupo rival em uma área de Rafah, onde estão posicionados tanques israelenses. Pouco antes da fala de Trump, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, minimizou a retomada das violências em Gaza.

“O Hamas vai atirar em Israel. Israel terá que responder”, disse a jornalistas. “O cessar-fogo tem boas chances de oferecer uma paz duradoura. Mas, mesmo que consiga, haverá altos e baixos, e teremos que monitorar a situação.”

Um membro da administração Trump deve ir “certamente” a Israel “nos próximos dias” para avaliar a situação, segundo ele. “Pode ser eu”, sugeriu.

Vance também pediu aos países do Golfo que estabeleçam uma “infraestrutura de segurança” para garantir o desarmamento do Hamas, elemento-chave da segunda fase do acordo de paz.

Retorno de corpos

Na primeira fase do acordo, o Hamas entregou em 13 de outubro, em troca de cerca de 2.000 prisioneiros palestinos, os 20 reféns vivos que ainda mantinha desde 7 de outubro e devolveu até agora 12 dos 28 corpos de reféns ainda retidos em Gaza.

No domingo, o Hamas anunciou ter encontrado um 13º corpo de refém em Gaza e se comprometeu a devolvê-lo a Israel “se as condições permitirem”.

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Israel condiciona a reabertura do posto de passagem com o Egito, em Rafah, crucial para a entrada de ajuda, à entrega de todos os reféns mortos.

Após dois anos de guerra destrutiva e sob pressão do presidente americano, Israel e Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo após negociações indiretas no Egito.

O ataque de 7 de outubro causou, do lado israelense, a morte de 1.221 pessoas, em sua maioria civis. A ofensiva israelense provocou 68.159 mortes em Gaza, também em sua maioria civis, e gerou uma catástrofe humanitária, segundo números do Ministério da Saúde do Hamas.

Delegação do Hamas se reúne no Cairo

Uma delegação do Hamas, liderada por Khalil al-Hayya, se reúne nesta segunda-feira no Cairo com autoridades egípcias e cataris para discutir o frágil cessar-fogo e o pós-guerra em Gaza.

O encontro ocorre um dia após ataques israelenses, com Israel acusando o Hamas de violar o cessar-fogo em vigor desde 10 de outubro, o que o movimento islamista negou.

Os mediadores no Cairo devem abordar, entre outros pontos, “as dezenas de ataques aéreos israelenses” que causaram “dezenas de mortes na Faixa de Gaza” no dia anterior.

Egito e Catar são mediadores de longa data nas negociações indiretas entre Israel e o Hamas para pôr fim à guerra em Gaza, iniciada após o ataque sem precedentes do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.

“Esse diálogo visa abordar questões centrais, como o futuro da Faixa de Gaza e a formação de um comitê de especialistas independentes encarregado da gestão do território”, declarou uma fonte ligada às negociações, fazendo referência à proposta de criação de uma autoridade de transição composta por tecnocratas, supervisionada por um comitê liderado pelo presidente americano Donald Trump.

O Hamas já declarou que não deseja governar a Faixa de Gaza. Diversos líderes políticos palestinos também mencionaram, nos últimos meses, a criação de um grupo de gestores palestinos independentes, que seriam encarregados de administrar o território, onde o Hamas tomou o poder em 2007.

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