O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, neste sábado (4/10), que não tolerará atrasos do grupo Hamas no cumprimento do plano de paz acordado com Israel para encerrar a guerra na Faixa de Gaza. Nessa sexta-feira (3/10) o grupo palestino, publicou resposta ao documento idealizado por Trump, afirmando aceitar libertar os reféns — vivos ou mortos — detidos na Faixa de Gaza.
“Reconheço que Israel interrompeu temporariamente os bombardeios para dar uma chance à libertação dos reféns e ao Acordo de Paz a serem concluídos. O Hamas precisa agir rapidamente, ou então tudo estará perdido”, declarou Trump em publicação no Truth Social.
O republicano acrescentou que “não tolerará atrasos, que muitos acreditam que acontecerão, nem qualquer situação em que Gaza se mostre como uma ameaça novamente. Vamos concluir isso, rápido. Todos serão tratados com justiça”.
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“Plano de paz” norte-americano
O plano de paz, anunciado pelo presidente na segunda-feira (29/9), reúne 20 pontos e estabelece a Faixa de Gaza como uma zona livre de grupos armados. A proposta prevê que integrantes do Hamas possam receber anistia, desde que entreguem suas armas e se comprometam com a convivência pacífica com Israel.
Nessa sexta-feira (3/10), o Hamas afirmou estar disposto a libertar todos os reféns israelenses, vivos ou mortos, sob os termos da proposta de cessar-fogo do republicano.
Em comunicado, o grupo sinalizou que aceitaria entregar o governo da Faixa de Gaza a um órgão independente, formado por tecnocratas palestinos, baseado no consenso nacional e com apoio árabe e islâmico.
“Quanto às demais questões do plano de Trump que dizem respeito ao futuro da Faixa de Gaza e aos direitos legítimos do povo palestino, isso será discutido em um quadro nacional palestino amplo, do qual o Hamas fará parte e contribuirá com plena responsabilidade”, afirmou o movimento.
Apesar do avanço diplomático, o exército de Israel manteve sua ofensiva na Cidade de Gaza neste sábado. Os ataques contradizem declarações do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que havia anunciado o início da primeira fase do plano de paz norte-americano.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), coronel Avichay Adraee, alertou que retornar à cidade ainda é extremamente perigoso.
“Para sua segurança, evite retornar para o norte ou se aproximar de áreas de atividade das tropas da IDF em qualquer lugar — inclusive no sul da Faixa de Gaza”, disse.
Negociações em movimento
Paralelamente, o enviado especial de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e Jared Kushner, genro do presidente, viajarão ao Egito, neste fim de semana, para detalhar as negociações sobre a libertação de reféns e outros pontos do plano de paz.
Embora o Hamas tenha concordado em liberar os reféns, o grupo ainda não endossou os demais 18 pontos da proposta e permanecem questões pendentes, como a lista de prisioneiros palestinos a ser liberta e a desmilitarização parcial da Faixa de Gaza.
Segundo Musa Abu Marzouk, alto funcionário do Hamas, o grupo entregará suas armas apenas “no dia em que um estado palestino soberano for criado”.
As negociações no Cairo devem definir os detalhes da primeira fase do plano de Trump, que incluem trégua gradual, libertação de reféns e esboço de uma administração civil temporária para Gaza.
O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa com altos líderes militares na Base do Corpo de Fuzileiros Navais de Quantico, em 30 de setembro de 2025, em Quantico, Virgínia
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Presidente Donald Trump ao lado de Mohammed Bin
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Donald Trump e Benjamin Netanyahu selam plano de paz em Gaza
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Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu
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