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    Trump e Xi Jinping se encontram na Coreia em meio à tensão comercial

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    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se encontrou na noite dessa quarta-feira (29/10), pelo horário de Brasília – manhã de quinta pelo horário local, em Gyeongju, na Coreia do Sul -, com o presidente da China, Xi Jinping, para tratar da guerra tarifária entre os dois países.

    Veja vídeo do encontro:

    O encontro ocorre no âmbito da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec). Essa é a terceira e última etapa do giro do presidente americano pela Ásia. Trump já se reuniu com o presidente sul-coreano Lee Jae Myung, mas é a reunião com o presidente chinês Xi Jinping que concentra as atenções.

    Guerra comercial

    • Desde 2024, a rivalidade entre as potências evoluiu de um conflito tarifário para uma disputa estratégica por hegemonia tecnológica e energética.
    • Washington ampliou controles sobre exportações de chips de inteligência artificial, enquanto Pequim restringiu a venda de minerais críticos usados em eletrônicos e equipamentos militares.
    • A Casa Branca ameaça, agora, impor tarifas de até 155% sobre produtos chineses, caso não haja recuo.
    • Trump tenta recuperar credibilidade após um mês de paralisação do governo, enquanto Xi busca projetar estabilidade e poder de negociação.

    Antes de entrar para o encontro reservado, os dois presidentes falaram à imprensa. Xi Jinping ressaltou que é natural haver divergências entre o país dele e os EUA. “Dadas as nossas diferentes condições nacionais, nem sempre concordamos em tudo, e é normal que as duas principais economias do mundo tenham atritos de vez em quando”, afirmou Xi.

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    Encontro entre Trump e Xi Jinping, na Coreia do Sul

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    Encontro entre Trump e Xi Jinping, na Coreia do Sul

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    Encontro entre Trump e Xi Jinping, na Coreia do Sul

    Foto: Andrew Harnik/Getty Images

    O presidente norte-americano, por outro lado, demonstrou otimismo ao indicar que acredita entrar em acordo, pelo menos, em relação a alguns pontos que hoje são motivos de discórdia entre EUA e China.

    “Teremos algumas discussões. Acho que já concordamos com muitas coisas e vamos concordar com mais algumas agora mesmo”, disse Trump.

    O presidente dos EUA está acompanhado de alguns dos principais auxiliares: secretário do Tesouro, Scott Bessent; secretário de Estado, Marco Rubio; secretário de Comércio, Howard Lutnick; chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles; e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer.

    Armas nucleares

    O presidente dos EUA ignorou uma das perguntas feitas pelos jornalistas. Enquanto a imprensa era conduzida para fora da sala, Trump apenas agradeceu: “Muito obrigado a todos”.

    O questionamento foi feito horas antes de Trump fazer uma publicação na rede social dele, a Truth Social, na qual comunicou que havia autorizado testes com armas nucleares nos EUA. A medida, disse Trump, é para igualar os EUA aos demais países, como Rússia e China, que já realizam testes do tipo.

    Dilemas

    Esse é o primeiro encontro entre os dois líderes desde que Trump retornou à Casa Branca, em 20 de janeiro deste ano. O encontro pode ser interpretado como uma tentativa de reposicionar as relações entre Washington e Pequim em meio a uma série de disputas comerciais entre os dois países. Trump e Xi enfrentam situações delicadas nas respectivas economias, uma vez que ambas passam por crises internas.

    O republicano sinalizou antes de entrar na reunião reservada que aposta em um acordo rápido. O objetivo é reduzir as tarifas e aliviar o peso político da guerra comercial, impopular entre agricultores e industriais americanos.

    Xi, por sua vez, chegou fortalecido ao encontro. O chinês consolidou o poder interno e expandiu a presença chinesa na Ásia, na África e na América Latina, enquanto Trump falava alto no cenário internacional, nos últimos meses.