O governo da Turquia informou, neste sábado (4/10), que 36 de seus cidadãos devem retornar ao país em um voo especial, após a interceptação da flotilha internacional Global Sumud pelas forças israelenses em águas internacionais. O grupo integrava a iniciativa que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
“Esperamos que 36 de nossos cidadãos que estavam a bordo dos barcos da flotilha Global Sumud regressem ao nosso país nesta tarde”, declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Turquia, Oncü Keçeli.
Segundo ele, o número final de repatriados ainda não foi confirmado.
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Cidadãos de outros países também estarão no voo especial. Entre eles, estão norte-americanos, italianos, suíços, jordanianos, argelinos, malaios, marroquinos e árabes oriundos de nações como Kuwait, Líbia, Tunísia, Mauritânia e Emirados Árabes Unidos, conforme fontes diplomáticas turcas.
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, confirmou que 26 italianos também estão sendo repatriados. “Um primeiro grupo de 26 cidadãos italianos que estavam a bordo da flotilha está prestes a deixar Israel em um voo fretado”, afirmou.
A Turquia classificou a ação israelense como “ato de terrorismo” e abriu uma investigação após a prisão de seus cidadãos durante a operação. O governo turco tem cobrado explicações formais de Israel e pedido a libertação imediata de todos os detidos.
Últimos capítulos de Hamas x Israel
- Na última segunda-feira (29/9), o presidente norte-americano, Donald Trump, ao lado do primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, divulgou um “plano de paz” para solucionar o conflito que perdura na Faixa de Gaza.
- Após dias sem resposta do grupo palestino Hamas, Trump elevou o tom, fazendo com que na tarde de sexta-feira (3/10) o grupo publicasse sua resposta aceitando libertar os reféns, vivos e mortos.
- O plano do republicano já havia recebido sinal verde de Israel, embora a retirada das tropas do enclave palestino ainda possa não ser integralmente cumprida.
- O Catar já iniciou esforços de mediação junto ao Egito e aos Estados Unidos para dar continuidade às negociações que buscam encerrar o conflito.
Flotilha Global Sumud
A flotilha Global Sumud — que significa resiliência, em árabe — partiu em setembro de Barcelona com ativistas de dezenas de países, entre eles Argentina, Brasil, Colômbia, México e Espanha. O grupo contava com figuras conhecidas, como a ativista ambiental Greta Thunberg, e tinha como objetivo levar ajuda humanitária ao território palestino.
Na sexta-feira (3/10), Israel iniciou a deportação dos primeiros detidos, após interceptar o último barco do comboio. O país mantém um bloqueio naval em torno da Faixa de Gaza, onde trava, há quase dois anos, uma guerra contra o Hamas.