As glândulas anais, também chamadas de glândulas adanais, ficam localizadas ao lado do ânus dos cães. “Adanal” vem de “ad” (próximo) + “anal” (ânus), ou seja, glândulas localizadas ao lado do ânus.
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De acordo com a médica-veterinária Letícia Brandão, elas têm funções importantes para o comportamento e a fisiologia dos cães. “Liberam uma secreção que serve para marcar território, identificar os cães e lubrificar a saída das fezes. O líquido é liberado naturalmente quando o cão defeca.”
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O funcionamento é simples: quando as fezes firmes passam pelo reto, pressionam as glândulas adanais e isso faz com que a secreção seja liberada pelos ductos.
Saiba identificar quando algo está errado
No entanto, nem sempre as glândulas adanais funcionam como deveriam. Segundo a veterinária, há alguns sinais claros que indicam quando algo não vai bem.
“Inchaço, lambedura excessiva na região, vermelhidão, dor ao toque, quando o cão arrasta muito o ‘bumbum’ no chão e quando o cheiro começa a aparecer de forma forte, recorrente e perceptiva para a família”, alerta.
Letícia ressalta que o odor forte é normal até certo ponto. “É comum que a secreção tenha um cheiro forte, mesmo quando está tudo bem com o cão. Mas se o cheiro for mais intenso ou muito frequente, pode indicar algum problema.”
Nesses casos, antes de tentar qualquer intervenção por conta própria, o ideal é procurar atendimento veterinário.
Esvaziar em casa? Melhor não
Um erro comum entre tutores é tentar esvaziar as glândulas em casa ou durante o banho no pet shop. A especialista é enfática ao dizer que essa prática pode fazer mais mal do que bem.
Não é recomendado esvaziar as glândulas sem recomendação médica, o natural é que ela se esvazie sozinha durante a evacuação do animal. “Esvaziá-las constantemente sem a recomendação pode predispor ao aparecimento de inflamação e até infecções”, orienta Letícia.
O esvaziamento manual só deve ser feito quando há indicação e acompanhamento de um profissional, pois a manipulação incorreta pode irritar a região e até mesmo machucar o animal.
Alimentação e predisposição por raça
A saúde das glândulas anais também tem relação com a alimentação e com fatores genéticos. Uma alimentação rica em fibras ajuda o cão a fazer cocô mais firme, o que, naturalmente, promove o esvaziamento das glândulas.
“Precisa ser uma alimentação balanceada. Se as fezes estiverem muito endurecidas, podem machucar muito a glândula também”, explica a especialista.
Raças pequenas, segundo ela, tendem a ter mais propensão a apresentar problemas nessa área. Alguns exemplos são raças como shih-tzu, poodle, lhasa apso, cocker e chihuahua.
Letícia explica que essa predisposição pode se dar por diversos fatores. Por exemplo, pelo tamanho dos dutos e sacos anais, já que raças pequenas têm glândulas menores e dutos mais estreitos.
Nesses casos, essas características facilitam que os dutos fiquem obstruídos ou que os sacos não se esvaziem completamente.
Outra questão é que cães de pequeno porte podem ter mais problemas alérgicos, que resultam em fezes amolecidas, dificultando o esvaziamento natural.
“Fezes muito moles não pressionam as glândulas adanais de forma adequada e isso faz com que elas não se esvaziem também”, acrescenta.
Outro fator importante é a obesidade, que pode prejudicar o funcionamento das glândulas. “O excesso de gordura diminui a força muscular (o tônus muscular) e com músculos perianais mais fracos, a pressão nas glândulas adanais é menos eficiente.”
O acúmulo de gordura também gera mais dobras ao redor do ânus, o que aumenta a propensão de sujeira e, consequentemente, o risco de infecções.
A atenção dos tutores é fundamental para prevenir inflamações e desconfortos nos pets. Cães que arrastam o bumbum no chão, demonstram dor ou apresentam cheiro forte devem ser avaliados por um veterinário.
Assim como em outros aspectos da saúde animal, observar os sinais e manter uma alimentação equilibrada faz toda a diferença para garantir o bem-estar dos peludos.