A oitava fase da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (31/10), ampliou o alcance das investigações sobre um esquema de desvios milionários em contratos públicos envolvendo fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro.
Além de cumprir ordens judiciais em quatro estados, Distrito Federal, São Paulo, Tocantins e Goiás, a PF mirou nomes com histórico de atuação estratégica na gestão pública e influência política.
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A coluna apurou com exclusividade quem são os novos alvos:
- Éder Martins Fernandes: ex-secretário executivo de Educação do Tocantins, ele é apontado como um dos responsáveis por direcionar contratos e auxiliar na liberação de recursos públicos. Teve papel central em convênios investigados pela Controladoria-Geral da União.
- Claudinei Aparecido Quaresemin: foi secretário extraordinário de Parcerias e Investimentos do Tocantins. Segundo as apurações, ele teria atuado para facilitar empresas ligadas ao grupo investigado em licitações no estado.
- Luiz Cláudio Freire de Souza França: advogado e atual secretário nacional do Podemos. De acordo com as apurações, é suspeito de participar da articulação que conectava interesses privados ao núcleo político da organização criminosa.
- Itallo Moreira de Almeida: ex-diretor administrativo da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia. É investigado por envolvimento operacional no direcionamento de contratos e prestação de contas fraudulenta.
O foco desta fase
A nova etapa da Overclean concentra-se nas fraudes cometidas no Tocantins, estado onde supostamente ocorreram desvios sistemáticos em contratos financiados com recursos federais.
A apuração identificou benefícios financeiros ocultos, superfaturamento e uso de empresas de fachada para drenar verbas públicas sob cobertura de emendas parlamentares.
O contexto do esquema
A Overclean, que já contabiliza contratos suspeitos que chegam a R$ 1,4 bilhão, tem desdobramentos em vários estados e atinge quadros políticos de destaque nacional.
Os investigados poderão responder por organização criminosa, corrupção ativa e passiva, fraude em licitações, peculato e lavagem de dinheiro. As ordens foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal.

