Descoberto em 1º de julho, o cometa interestelar 3I/Atlas tem intrigado a comunidade científica. Por conta de características que chamam a atenção de qualquer um, muitas dúvidas surgiram sobre a origem do objeto. Algumas especulações chegaram a afirmar se tratar de uma nave alienígena e não um cometa – teoria refutada pela maioria dos especialistas, com base em evidências robustas.
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3I/ATLAS é um cometa ou sonda alienígena? Tudo o que se sabe até agora
Com a paralisação do governo norte-americano, a Nasa pôde fazer pouco para “acalmar os ânimos”. Mas, com o fim da greve, a tão esperada coletiva da estatal sobre os achados ocorreu na última quarta-feira (19/11).
No encontro foram apresentadas observações e análises preliminares de mais de 20 missões em todo Sistema Solar sobre o 3I/Atlas. Também foram compartilhadas imagens inéditas do objeto.
Fatos relevantes sobre o 3I/Atlas, segundo a Nasa
1- O 3I/Atlas realmente é um cometa
Na coletiva, o recado dos cientistas norte-americanos foi claro: o 3I/Atlas é um cometa. “Desejamos muito encontrar sinais de vida no universo, mas o 3I/Atlas é um cometa”, afirmou o administrador associado da agência espacial, Amit Kshatriya.
A teoria de invasão alien foi criada quando o astrofísico Avi Loeb, da Universidade de Harvard (EUA), divulgou um estudo sem revisão por pares alegando que os atributos do cometa eram semelhantes aos de uma espaçonave alienígena disfarçada. No entanto, toda a especulação foi negada pela Nasa, que ainda afirmou que o 3I/Atlas não representa perigo para a Terra e nem para outro planeta do Sistema Solar. A distância em que ele se aproximará é segura para todos.
“Este objeto é um cometa. Ele tem a aparência e o comportamento de um cometa, e todas as evidências apontam para que seja um cometa”, completou Kshatriya.
2- Nasa mobilizou monitoramento especial do cometa
Como o cometa sempre esteve ao lado oposto do Sol em relação à Terra, a observação terrestre foi comprometida. Para resolver a questão, a agência espacial reuniu várias equipes para rastrear o visitante interestelar. Utilizando instrumentos de vários locais do Sistema Solar, incluindo a Terra e Marte, o objeto foi observado de diversos pontos distintos.



O 3I/ATLAS é de origem externa ao Sistema Solar
Divulgação/Observatório Internacional Gemini/NOIRLab/NSF/AURA/K. Meech (IfA/U. Hawaii)
Fenômeno pode permitir o primeiro registro direto de um cometa interestelar por espaçonaves humanas

Simulações indicam que a cauda do 3I/ATLAS pode cruzar a rota de duas sondas espaciais em 2025

Gráfico ilustra o percurso do cometa 3I/ATLAS
Bolin et al., arXiv , 2025
3- Oportunidade de observar sistemas estelares antigos
A estimativa é que o 3I/Atlas esteja viajando pelo espaço há muito tempo e tenha origem em um sistema plenário mais antigo que o nosso. “Só de pensar nisso já me dá arrepios, para ser sincero. É uma nova janela para a composição e a história de outros sistemas solares”, afirmou o cientista da Nasa Tom Statler.
4- Indícios químicos chamam a atenção
De acordo com os pesquisadores, quando chegou perto do sol, o 3I/Atlas se comportou como um cometa típico, porém algumas particularidades chamaram a atenção. Por exemplo, a proporção de dióxido de carbono para água é maior que o normal dentro dele. Seu gás também é mais rico em níquel do que ferro, um atributo incomum.
Com grãos maiores que o normal, a poeira ao redor do objeto também intriga a comunidade científica. Em viagem pelo nosso Sistema Solar, o corpo celeste continuará sendo investigado. “Ainda estamos aprendendo, inclusive sobre quais perguntas ainda precisamos fazer. E isso, claro, é o processo científico em ação”, finalizou Statler.
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